quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Imagem: divulgação/TJGO
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, que ficou conhecido em 2014 como motoqueiro matador, o serial killer de Goiânia, foi preso no dia em 14 de outubro do mesmo ano, completa nesta segunda-feira (14) 10 anos de prisão. Condenado a quase 700 anos de prisão, o condenado pode ser solto em 2044, daqui a duas décadas.
Quando foi preso, o matador de Goiânia tinha 26 anos. Hoje, ele está com 36 e pode ganhar a liberdade quando atingir os 56. Condenado por 35 assassinatos, entre vítimas, mulheres e pessoas em situação de rua, Tiago viveu a última década numa cela isolada do Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Como os crimes cometidos por ele ocorreram antes da mudança da lei que alterou o limite máximo do cumprimento de pena no Brasil, o serial killer está sujeito ao que era estipulado, até então, sendo de 30 anos. Isso significa que, por mais que ele tenha sido condenado a centenas de anos de prisão, ele pode ficar preso pelo tempo máximo de três décadas, apenas.
Aprovada em 2019, a lei que ficou conhecida como “Pacote Anticrime” foi sancionada e entrou em vigor no dia 23 de janeiro de 2020. O texto estabeleceu um novo patamar de limite de penas privativas de liberdade no país, passando de 30 para 40 anos. Para fins de progressão de regime, no entanto, em casos anteriores à mudança, deve-se prevalecer a regra antiga.
"Se ele já cumpriu 10 anos, isso significa que atingiu um terço da pena máxima, conforme a lei brasileira. A perspectiva é que, realmente, ele esteja livre quando atingir os 56 anos, ou seja, muito novo ainda”, explicou o juiz de Goiás, Jesseir Coelho de Alcântara ao portal Metrópoles.
Relembre o caso
Entre janeiro e agosto de 2014, Tiago foi responsável por assassinar 15 mulheres entre 13 a 28 anos, e um homem de 51 em Goiânia. Ele ficou conhecido como o motoqueiro matador, que saía pela cidade de moto, em busca de vítimas em lugares, como bares, pontos de ônibus, praças, ruas e avenidas vazias, e até em carros no semáforo.
Após a certeza de que havia um assassino em série na cidade, que agia sempre da mesma forma, sem roubar nada das vítimas, a Polícia Civil criou uma força-tarefa que durou dois meses até a prisão do serial killer.
Todo o trabalho, no entanto, foi feito sem saber, ao certo, o nome e os dados pessoais de Tiago. Para realizar a força-tarefa foram necessárias 33 equipes policiais para monitorar as ruas de Goiânia. Para agilizar a possível prisão, a Justiça de Goiás expediu um mandado temporário sem o nome do suspeito, apenas com as características levantadas pela investigação.
O tal homem procurado pela polícia foi preso no final da tarde de 14 de outubro de 2014. Aos policiais, Tiago confessou os crimes ocorridos em 2014, e também assassinatos de anos anteriores, chegando a um total de 39 mortes. O caso teve repercussão internacional.
O laudo psiquiátrico feito pela Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), meses após a prisão, apontou que Tiago possui Transtorno de Personalidade Antissocial, mas que ele é “inteiramente capaz de entender o caráter ilícito” dos crimes cometidos e considerado uma pessoa de altíssima periculosidade, com tendência a reincidir nos mesmos delitos.
Com informações Metrópoles
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