sexta-feira, 29 de março de 2024

"Sempre quis comprar", diz Pazuello, contradizendo Pfizer e Wajngarten sobre compra de vacinas

POR Jornal Somos | 19/05/2021

Divulgação/senado

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Em depoimento á CPI da Covi-19 nesta quarta-feira (19), Eduardo Pazuello, ex-Ministro da Saúde, negou que não houveram respostas nas primeiras negociações para aquisição da compra das vacinas Pfizer. De acordo com ele, os retornos positivos eram dados pelo governo Bolsonaro nas negociações que tinham interesse, mas as respostas não foram claras quando enviadas a farmacêutica. Com isso, ele contradiz os depoimentos do ex-secretário de comunicação do Bolsonaro, Fabio Wajngarten, e do gerente-geral da Pfizer, Carlos Murillo.

 

 

Eduardo Pazuello afirma que as primeiras conversas com a farmacêutica foram entre abril e maio. “Uma vacina totalmente diferente do que a gente está acostumado, uma tecnologia diferente do que conhecíamos no Brasil e uma empresa que não aceitava transferência de tecnologia conosco”, alegou Pazuello.

 

 

Sobre o valor das doses, Pazuello diz: “Uma vacina três vezes mais cara, com todas essas cláusulas, com quantitativos inferiores, além das questões logísticas” “Quando tivemos a primeira proposta oficial da Pfizer, chegaram também cinco cláusulas que eram assustadoras. Nós estávamos tratando uma encomenda de Oxford que chegaria a 200 milhões de doses neste ano. E a Pfizer nos colocando 18 milhões no primeiro semestre, com cláusulas complicadíssimas”, Já referentes às vacinas do Butantan, ele destaca que Bolsonaro nunca o mandou desfazer de qualquer contrato e negou que o presidente o proibiu de comprar a vacina do instituto.

 

 

Revelou também, em seu depoimento á CPI da Covi-19, que informou o presidente Jair Bolsonaro “o tempo todo” sobre as negociações com a Pfizer. "O presidente da República era informado o tempo todo sobre as minhas conduções. Todas elas, não só da Pfizer. Quando eu ia despachar com ele. Durante todo o processo eu despachava com o presidente periodicamente e, nessas conversas, eu falava como estavam as negociações, inclusive com a Pfizer. Ele foi informado por mim, em todo o processo, que começou em julho [de 2020] até março [de 2021], quando contratamos a Pfizer".

 

 

Pazuello afirma que o governo não aceitou as ofertas da farmacêutica em 2020, pois foi considerado que o preço das doses era caro comparando com as outras negociações que estavam sendo feitas com outros laboratórios e que considerava a quantidade de doses pequena para os primeiros meses, mesmo com a previsão de entrega de doses em 2020. O ex-ministro alega que, apesar da “pouquíssima quantidade de 8,5 milhões de doses no primeiro semestre”, ele determinou a assinatura do memorando de entendimento com a Pfizer

 

 

De acordo com ele, a decisão foi tomada mesmo após órgãos de controle, entre eles a Controladoria-Geral da União (CGU), a Advocacia-Geral da União (AGU) e Tribunal de Contas da União (TCU), dizerem que o documento “não deveria ser assinado”.

 

 

 

(Segundo informações G1 e MaisGoiás)

 

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