quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Um relatório anual desenvolvido pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), apontou que em 2021 o Brasil registrou 145 casos de violência não letal contra profissionais da imprensa e veículos de comunicação, representando uma média de 2,7 casos por semana ao longo do ano passado.
O relatório “Violações à Liberdade de Expressão”, foi divulgado nesta terça-feira (22).
Ainda foi apontado pelo documento, que o número de profissionais da imprensa e veículos de comunicação que foram alvos dos registros de violência não letal cresceu 21,69% em relação ao ano de 2020, foram 230 em 2021 e 189 em 2020. Já o número total de casos registrados teve uma queda de 145 em 2021 e 150 no ano anterior.
De acordo com a Abert, o número de atentados contra jornalista dobrou em 2021 em comparação a 2020, passando de 4 para 8. Ainda segundo os dados, em 50% dos casos foram utilizadas armas de fogo contra os profissionais da imprensa.
Mortes de jornalistas
O ano de 2021 foi o segundo em que não foram registradas ocorrências de assassinatos de jornalistas desde que o relatório começou a ser elaborado pela Abert, em 2012. A primeira vez que isso ocorreu foi em 2019.
A associação ressaltou que em 2021, o radialista Weverton Rabelo Fróes foi assassinato. O crime, segundo a Abert, não foi computado no relatório, pois ainda está sendo investigado.
De acordo com um relatório de Pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), 55 profissionais de imprensa foram assassinatos no mundo no ano passado.
Zona Vermelha
O relatório divulgado pela Abert também fala sobre o Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa da organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF).
Essa organização estuda o nível de liberdade de expressão em 180 países e separa esses países em cinco cores: branca (muito boa), amarela (boa), laranja (problemática), vermelha (difícil) e preta (muito grave).
O Brasil entrou, pela primeira vez em 20 anos, na zona vermelha do ranking e ocupou a 111ª posição. Estão em primeiro lugar: Noruega, Finlândia, Suécia e Dinamarca.
“No Brasil, infelizmente, tivemos um dado vergonhoso. Pela primeira vez em 20 anos, o país entrou na zona vermelha do ranking mundial de liberdade de imprensa. Foi o quarto ano consecutivo de queda e, desta vez, o Brasil perdeu 4 posições no rol, passando da colocação de 107 para 111. Desde 2002, quando o ranking começou a ser publicado, esta é a pior posição do Brasil. A classificação mostra que, nesses países, o trabalho do jornalista é considerado mais difícil. O cenário brasileiro é mais uma vez bastante preocupante”, afirmou Flávio Lara Resende, presidente da Abert.
Ataques virtuais
De acordo com uma pesquisa feita pela empresa Bites, mostrada no relatório, em 2021 foram registrados 4 mil ataques virtuais ao trabalho jornalístico por dia, 167 ataques por hora e 3 ataques por minuto. Em 2020, foram 7,9 mil ataques por dia, 331 por hora e 6 ataques por minuto.
É considerado como ataques “palavras de baixo calão, expressões depreciativas e pejorativas contra a imprensa profissional”.
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