quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Rede de fake news ligada à família Bolsonaro é derrubada pelo Facebook

POR Ana Carolina Morais | 09/07/2020
Rede de fake news ligada à família Bolsonaro é derrubada pelo Facebook

Redação Jornal Somos

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O Facebook derrubou, nesta quarta-feira (8), uma rede de 73 contas, 14 páginas e um grupo na rede social e também no Instagram que publicavam fake news. Os perfis falsos estão ligados ao Partido Social Liberal (PSL) e a gabinetes da família Bolsonaro. O anúncio foi realizado em uma ligação com jornalistas de diferentes países, uma vez que esta ação não envolveu apenas o Brasil, mas demais locais como os Estados Unidos e a Ucrânia, que também possuíam redes neste formato.

 

 

Foi constatado pelo Facebook que estes perfis estão relacionados a pessoas ligadas não somente ao PSL, mas a funcionários dos deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos (ambos PSL-RJ) e, inclusive, ao assessor do presidente Jair Bolsonaro, Tercio Arnaud Tomaz, apontado como administrador de algumas das contas derrubadas. Arnaud também integra o chamado “gabinete do ódio”.

 

 

As remoções fazem parte de uma investigação do Atlantic Council’s Digital Forensic Research Lab (DFRLab), parceiro do Facebook desde 2018 para análises independentes de retiradas de conteúdos que são efetuadas pela rede social devido à comportamentos inautênticos coordenados. A apuração foi realizada somente com as mensagens e posts divulgados nos materiais excluídos.

 

 

Em meio aos identificados que tiveram suas páginas excluídas, Tomaz é o único que possui relação direta com o presidente. Além da atual assessoria, ele já administrou as redes sociais de Bolsonaro durante as eleições de 2018 e, anteriormente, trabalhou no Rio de Janeiro no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro na função de auxiliar de gabinete.

 

 

“Apenas atribuímos o que podemos provar. E removemos toda parte da rede. Vimos conexões com o PSL e com funcionários dos gabinetes das pessoas que mencionamos e o envolvimento direto deles”, informou Nathaniel Gleicher, líder de políticas de segurança do Facebook.

 

 

As contas removidas divulgavam posts e memes sobre política, eleições, bem como críticas a pernalidades da oposição, organizações de mídia e jornalistas. Recentemente, estes perfis também passaram a distribuir textos, imagens e vídeos sobre a pandemia de Covid-19. Algumas das postagens possuíam como pauta o ex-ministro Sergio Moro e acusações de que a TV Globo inventa falsos óbitos em decorrência do novo vírus.

 

 

Ao todo, esse grupo brasileiro removido das mídias sociais somava 883 mil seguidores no Facebook, 350 inscritos no grupo e 917 mil seguidores no Instagram. Além disso, a rede já havia gastado US$ 1,5 mil (R$ 8.020 conforme cotação atual) com anúncios.

 

 

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