terça-feira, 15 de abril de 2025
Foto: reprodução Metrópoles
Um grupo criminoso formado por agiotas está no centro de uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), após ser descoberto utilizando métodos inusitados para aplicar crimes e ocultar sua identidade. Segundo a polícia, os integrantes se disfarçavam com pedaços de papelão durante assaltos a bancos para não serem identificados pelas câmeras de segurança.
A quadrilha passou a ser investigada em 2023, quando assaltou uma agência bancária em Porto Alegre. O crime foi registrado por câmeras do local e mostrou os criminosos usando o papelão como "máscara". Na ocasião, foram levados R$ 556 mil. A polícia descobriu que os valores roubados eram utilizados como capital para concessão de empréstimos irregulares — e quem não conseguia pagar era perseguido com violência.
A investigação revelou ainda que o grupo “caçava” os devedores por meio de anúncios em aplicativos de mensagens. Eles ofereciam dinheiro em troca de informações sobre o paradeiro das vítimas. Após localizar os inadimplentes, os criminosos iniciavam sessões de agressões físicas e psicológicas, gravadas em vídeo com o objetivo de intimidar outros possíveis devedores.
A operação batizada de Sísifo, deflagrada na quinta-feira (10), teve como alvo mais de 40 envolvidos. A polícia aponta que o grupo movimentou mais de R$ 40 milhões em contas bancárias ao longo dos últimos anos. Parte do dinheiro foi reinserida na economia formal, com a compra de bens em nomes de terceiros e ocultação de patrimônio por meio de registros públicos.
Um dos principais esquemas de lavagem de dinheiro envolvia uma empresa de produção de eventos. De acordo com o delegado João Paulo de Abreu, a prática da agiotagem servia para alimentar um ciclo contínuo de atividades criminosas, abastecido com recursos ilícitos.
Na operação, foram presos 15 suspeitos. A polícia apreendeu carros de luxo, quatro embarcações, R$ 170 mil em dinheiro, além de eletrônicos e dez imóveis. “Essa foi uma ação complexa, essencial para desarticular uma das maiores organizações criminosas em atividade no estado”, declarou o delegado.
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