terça-feira, 15 de abril de 2025

Brasil

Quadrilha usava papelão em assaltos e torturava devedores de empréstimos ilegais

POR Ana Carla Oliveira | 13/04/2025
Quadrilha usava papelão em assaltos e torturava devedores de empréstimos ilegais

Foto: reprodução Metrópoles

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Um grupo criminoso formado por agiotas está no centro de uma investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), após ser descoberto utilizando métodos inusitados para aplicar crimes e ocultar sua identidade. Segundo a polícia, os integrantes se disfarçavam com pedaços de papelão durante assaltos a bancos para não serem identificados pelas câmeras de segurança.

 

A quadrilha passou a ser investigada em 2023, quando assaltou uma agência bancária em Porto Alegre. O crime foi registrado por câmeras do local e mostrou os criminosos usando o papelão como "máscara". Na ocasião, foram levados R$ 556 mil. A polícia descobriu que os valores roubados eram utilizados como capital para concessão de empréstimos irregulares — e quem não conseguia pagar era perseguido com violência.

 

A investigação revelou ainda que o grupo “caçava” os devedores por meio de anúncios em aplicativos de mensagens. Eles ofereciam dinheiro em troca de informações sobre o paradeiro das vítimas. Após localizar os inadimplentes, os criminosos iniciavam sessões de agressões físicas e psicológicas, gravadas em vídeo com o objetivo de intimidar outros possíveis devedores.

 

A operação batizada de Sísifo, deflagrada na quinta-feira (10), teve como alvo mais de 40 envolvidos. A polícia aponta que o grupo movimentou mais de R$ 40 milhões em contas bancárias ao longo dos últimos anos. Parte do dinheiro foi reinserida na economia formal, com a compra de bens em nomes de terceiros e ocultação de patrimônio por meio de registros públicos.

 

Um dos principais esquemas de lavagem de dinheiro envolvia uma empresa de produção de eventos. De acordo com o delegado João Paulo de Abreu, a prática da agiotagem servia para alimentar um ciclo contínuo de atividades criminosas, abastecido com recursos ilícitos.

 

Na operação, foram presos 15 suspeitos. A polícia apreendeu carros de luxo, quatro embarcações, R$ 170 mil em dinheiro, além de eletrônicos e dez imóveis. “Essa foi uma ação complexa, essencial para desarticular uma das maiores organizações criminosas em atividade no estado”, declarou o delegado.

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