sábado, 23 de novembro de 2024

Brasil

'Próxima vaga do STF é de Sérgio Moro', garante o Presidente

POR Jornal Somos | 13/05/2019
'Próxima vaga do STF é de Sérgio Moro', garante o Presidente

Redação Jornal Somos

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Sérgio Moro disse há algumas semanas que ser ministro do Supremo Tribunal Federal, o cargo máximo do Judiciário brasileiro, seria como "ganhar na loteria", mas que não era "simples".

"Meu objetivo é apenas fazer o meu trabalho", disse a um jornal português.

 

Neste domingo (12), o presidente Jair Bolsonaro revelou que seu ministro da Justiça negociou uma espécie de bilhete premiado antes de aceitar assumir o cargo no Governo: "Eu fiz um compromisso com ele [Sérgio Moro]. Ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá [no STF], estará à disposição."

 

A primeira vaga à vista é a do decano do tribunal, Celso de Mello, que deve se aposentar no ano que vem, aos 75 anos.

 

A revelação de Bolsonaro a respeito do ex-juiz estrela da Operação Lava Jato foi feita em entrevista ao jornalista Milton Neves, da rádio Bandeirantes.  Reforça publicamente o laço entre presidente e ministro num momento em que Moro acumula derrotas e dificuldades políticas à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

 

A super pasta, desenhada para acomodá-lo, está sob pressão, entre outros aspectos, por estar à frente de pautas prioritárias ligadas a promessas de campanha de Bolsonaro. Só nesta semana, a pasta de Moro foi apenas coadjuvante, e voto vencido, na formulação de um decreto que ampliou enormemente a possibilidade de posse de armas no Brasil.

 

O texto levantou a resistência do próprio STF e do Congresso e obrigou Moro a medir as palavras para não criticar publicamente seu superior hierárquico. Do Parlamento, veio outra derrota, com decisão da comissão que debate reforma administrativa de retirar o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da pasta da Justiça e levá-la de volta à da Economia.

 

Moro queria o controle do Coaf porque argumentava que órgão, que rastreia movimentações de dinheiro atípicas, é essencial para ampliar o combate ao crime financeiro e lavagem de dinheiro, sua especialidade.

 

Questionado pelo site UOL, o ministro da Justiça afirmou que não comentaria a inusual declaração de Bolsonaro. Num momento de dificuldades para o Planalto, é dado relevante que, à diferença de outros nomes do ministério, o ex-juiz tem capital político próprio.

 

Segundo as pesquisas de opinião do Atlas Político e do Datafolha, Moro é mais bem avaliado que o próprio presidente, ainda que seu prestígio não viva o auge dos primeiros anos da Lava Jato.

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