sexta-feira, 26 de abril de 2024

Brasil

Produção e consumo de drogas batem recorde

POR Jornal Somos | 17/07/2018
Produção e consumo de drogas batem recorde
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O mundo nunca produziu tanta cocaína nem tanto ópio quanto hoje. As pessoas nunca fizeram tanto uso não medicinal de remédios com prescrição, em especial os opioides, cujo abuso levou à morte de mais de 63 mil pessoas nos EUA em 2016. E, pela primeira vez, subiu o número de pessoas com mais de 50 anos que usam e abusam de substâncias psicotrópicas. Esse quadro, tão grave quanto complexo, foi exposto pelo Relatório Mundial de Drogas 2018 do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (Unodc), lançado na mesma semana que o Monitor de Políticas de Drogas das Américas, plataforma interativa que explora as mudanças do setor nos países do continente, seus mecanismos e impactos.

 

O relatório se concentra na produção de substâncias psicotrópicas consideradas ilegais, em quantidades apreendidas e no perfil de usuários. Registrou aumento de consumidores de drogas com mais de 50 anos, algo inédito desde que a ONU criou essas métricas e que se deve a dois fatores.

 

Primeiro, ao fato de as gerações que cresceram num ambiente em que drogas eram populares estarem envelhecendo. Seria esse o caso dos chamados baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, que consumiram mais drogas em sua juventude do que as gerações anteriores, e dos quais muitos podem ter mantido o hábito na maturidade.

 

O segundo fator é que muitas pessoas mais velhas buscariam nessas substâncias ilícitas o alívio para dores e outros problemas. Isso explicaria porque as drogas mais consumidas nesta faixa etária são os opioides, os analgésicos e a maconha.

 

No extremo oposto da pirâmide etária também há problemas. O consumo de maconha entre adolescentes de 15 e 16 anos foi mais prevalente do que na população de 15 a 64 anos –5,6% deles consumiram maconha em 2016, contra 3,9% na população em geral.

 

Em bate papo com a redação, Lorena Baia, presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF/GO) do estado de Goiás, aponta uma das soluções para reduzir o excesso de medicação.

 

“A adesão aos medicamentos, uma ampla preocupação de saúde pública, é um problema especial para pessoas mais velhas. O idoso, durante o processo de envelhecimento, tem uma redução no funcionamento de alguns órgãos como rins e fígado, que são os mais atingidos quando ingerimos medicamentos. Com isso, alguns tipos de medicamentos, como aqueles usados para dormir, os antialérgicos e os antipsicóticos, ao invés de trazerem benefícios ao paciente, oferecem risco à vida quando usados por idosos. Nesse sentido, uma dica importante é que o idoso ou seu cuidador procure orientar-se com um farmacêutico, para que ele tenha melhores resultados terapêuticos a partir do uso de seus medicamentos. É comum aos idosos consultarem com médicos de diversas especialidades, o que pode gerar diferentes prescrições. Na farmácia, o profissional pode auxiliar o processo de adesão ao tratamento fazendo a revisão da farmacoterapia e quando necessário contatando também com os prescritores, caso seja necessário algum ajuste na dose”.

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