quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A procura por cursos de tiro e registro de novas armas de fogo aumentou no último ano. O Sinarm (Sistema Nacional de Armas) da Polícia Federal mostra que o registro de novas armas no Brasil aumentou 6,35% em relação a 2017, indo de 45.443 para 48.330. Já os certificados de registro do tipo CAC (Colecionador, Atirador Esportivo ou Colecionador) emitidos pelo Exército em 2018 aumentaram em 65% no estado de Goiás em relação a 2017.
Os estandes que oferecem cursos de tiro também já notaram o crescimento. Instrutores credenciados pela Polícia Federal confirmam o aumento. De acordo com eles, muitos alunos preferem tirar o registro pelo Exército, porque como colecionador, atirador ou caçador podem ter mais de uma arma, mas pela PF o registro é de apenas uma. Estes dados refletem o andamento das discussões em Brasília para flexibilizar as leis da posse de arma.
Antes de assumir a presidência, durante a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro disse que tinha a intenção de assinar um decreto que permitiria a posse de arma para todos os cidadãos sem ficha criminal e tornaria o registro definitivo. Atualmente ele precisa ser renovado a cada 5 anos.
Depois de eleito, Bolsonaro disse que queria acabar com a restrição, permitindo também o porte de arma. Isso poderá ser feito por decreto e a previsão é que a medida saia na próxima semana.
O presidente do Movimento Viva Brasil e um grande defensor do porte de armas, Benê Barbosa, acredita que o Estatuto do Desarmamento foi ineficaz em desarmar criminosos e tirou do cidadão o direito de se defender. Benê contraria estudos que mostram que é maior a possibilidade de morte da vítima que reage a um assalto com arma de fogo. Segundo ele, os dados só mostram as mortes, a maioria dos casos com vítima armada acaba sem qualquer morte. Já o diretor-executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques, afirma que todos os estudos mostram que a posse de arma aumenta o risco para a vítima de tomar um tiro do agressor. Em sua opinião, a arma é excelente para o ataque mas péssima para defesa.
David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que a arma é valorizada entre os criminosos. “Por isso, ao saber que alguém tem arma, além de não evitar o assalto, pode ser um chamativo”, afirmou. O especialista em segurança pública Guaracy Mingardi diz que a posse mais aumenta a sensação de segurança do que realmente oferece proteção.
Leia mais:
Posse de armas deve ser flexibilizada em 72% das cidades goianas
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.