domingo, 09 de março de 2025
Ovos também ficaram mais caros nos últimos meses
Foto: Reprodução
A situação econômica do Brasil é preocupante e o preço elevado de produtos básicos tem causado preocupação nos consumidores brasileiros, que seguem com salários abaixo do necessário e tendo que pagar mais caro por itens básicos para a alimentação.
O Índice de Ruptura da Neogrid, indicador que mede a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, registrou aumento em janeiro e a ruptura geral chegou a 13,7% – variação de 0,9 ponto percentual (p.p.) em relação a dezembro do ano passado. Este é o primeiro resultado superior a 13% desde agosto de 2024, após meses de estabilidade do índice na faixa dos 12% – nos últimos três meses, o indicador já vinha mostrando uma tendência de crescimento. Um dos destaques em aumento de ruptura é o café em janeiro, que subiu 2,1% ante o mês anterior, e que apresenta variação de preço de 66% em relação aos últimos 12 meses.
“O aumento ocorre em um momento em que o varejo já começa a sentir os impactos da desaceleração no consumo no país”, afirma Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da empresa responsável pela pesquisa. “Com o preço dos alimentos elevado e o poder de compra do brasileiro mais pressionado, a reposição de estoques fica mais lenta e resulta na falta de alguns tipos de produtos e marcas nas prateleiras, agravando ainda mais o cenário.” completa o diretor
Ovos
A indisponibilidade dos ovos aumentou 3%, crescendo de 16,7% em dezembro de 2024 para 19,7% em janeiro de 2025. Nos preços, os ovos brancos tiveram um leve reajuste, subindo de R$ 11,06 para R$ 11,25. Já os tipos caipira e de codorna registraram queda, passando de R$ 13,43 para R$ 15,05 e de R$ 9,22 para R$ 8,26, respectivamente.
Café
A ruptura de algumas marcas e tipos de café cresceu, atingindo 11,1% em janeiro – aumento de 2,1% ante o mês anterior. Em relação aos preços, o consumidor segue experimentando um amargor extra no bolso, já que o produto teve uma variação média de até 66% ao longo de 2024. Na lista deste mês, o valor do café em pó subiu 7%, passando de R$ 21,94 para R$ 23,48, enquanto o café em grãos teve uma redução, caindo de R$ 50,14 para R$ 44,47.
A alta nos preços está ligada a crises climáticas que afetaram a produção ao longo do último ano. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, as chuvas recentes nas regiões produtoras podem favorecer a safra 2025/26, embora os produtores devem continuar atentos às previsões de altas temperaturas, uma vez que o calor excessivo pode comprometer a qualidade do grão.
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