quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Após a alta de 0,5% na semana retrasada no mercado atacadista de carne bovina sem osso, a reação foi uma desvalorização de 0,6% nos últimos sete dias, um compasso lento comparado à recomposição dos estoques das indústrias.
A pressão nos preços da carne bovina são oriundos da expectativa na melhora do consumo e o ritmo lento em função do recuo do dólar ante o real. Cláudio Laval, economista e gerente do SEBRAE, explica que "a expectativa de melhoras na economia brasileira aquece a demanda interna pelo consumo de carne, maior demanda os preços sobem. O dólar desvaloriza em relação ao real e os exportadores tendem a substituir o mercado externo pelo interno se os estoques estiverem baixos. Puro reequilíbriodas forças de demanda e oferta do mercado. Esta situação depende também do nível de intervenção governamental com incentivos a exportação ou regulação da política cambial. Seja como for, cabe também ao consumidor atentar aos preços dos produtos substitutos como a carne de frango e suínos, fato que pode interferir na demanda interna e abaixar os preços da carne bovina".
Além do mais, a exportação em ritmo lento, em função do recuo do dólar, não tem ajudado a sustentar os preços no mercado interno. Até a terceira semana do mês, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o volume diário embarcado em outubro está 14,4% abaixo da quantidade vendida por dia em setembro. Um elemento otimista é que em outubro houve avanço do Índice de Confiança do Consumidor, (ICC) medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).
A Russia também deve auxiliar esse índice, uma vez que retomou as importações de carne suína e bovina do Brasil na última quinta (1). Os embarques estavam suspensos desde o início de dezembro de 2017, devido à contaminação cruzada (acidental, não intencional) pelo promotor de crescimento ractopamina, na formulação de rações usadas na alimentação dos animais. E o país tem restrições ao produto. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, recebeu nesta quarta-feira (31) o comunicado oficial do Serviço Sanitário Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor), e comemorou a decisão “tomada depois de vários meses de negociações”.
O documento russo informa que “é possível remover as restrições impostas a todas as empresas exportadoras, levando em conta a análise das medidas adotadas pelo Brasil e as garantias fornecidas pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do ministério, sobre o cumprimento das condições de produção e vendas de produtos de empresas brasileiras”. O serviço sanitário russo também analisou os resultados dos estudos laboratoriais de produtos elaborados por empresas brasileiras.
Maggi espera que com a retomada das exportações, as empresas adquiram o fôlego que perderam ao longo de 2018 com a greve dos caminhoneiros e com o consequente desabastecimento causado pela paralisação.
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