sexta-feira, 19 de abril de 2024

Por 'indisponibilidade financeira', Ibama determina paralisação de brigadas de incêndios

POR Ana Carolina Morais | 23/10/2020
Por 'indisponibilidade financeira', Ibama determina paralisação de brigadas de incêndios

Ueslei Marcelino/Reuters

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As brigadas de incêndios florestais foram interrompidas, na quinta-feira (22), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A justificativa seria uma “indisponibilidade financeira” para o mês de outubro. Segundo o presidente do órgão, Eduardo Bim, existem R$ 19 milhões em pagamentos pendentes.

 

 

Em entrevista à GloboNews, Bim explicou que não há problemas de orçamento, mas apenas a indisponibilidade dos recursos, o que significa que o Ibama possui previsão para o recebimento de valores, porém, este dinheiro não foi liberado e ainda não está disponível na conta do Instituto.

 

 

De outro lado, o Ministério da Economia afirmou, por meio de nota, que não existe bloqueio de dotações orçamentárias do Ministério do Meio Ambiente, incluindo o Ibama e também o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

 

 

A paralisação das brigadas acontece em meio à recordes de queimadas tanto no Pantanal quanto na Amazônia. O bioma pantaneiro, inclusive, passa por uma seca histórica que ajuda no aumento dos focos de incêndios.

 

 

Visita de diplomatas à Amazônia

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, também nesta quinta-feira (22), durante a cerimônia de formatura dos novos diplomatas do Instituto Rio Branco, no Palácio do Itamaraty, que irá convidar diplomatas estrangeiros para visitar a floresta amazônica, porque assim eles não irão observar “nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”.

 

 

“Estamos ultimando uma viagem Manaus-Boa Vista, onde convidaremos diplomatas de outros países para mostrar naquela curta viagem de uma hora e meia, que não verão em nossa floresta amazônica nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”, acrescentou.

 

 

A quantidade de focos de incêndio registrada na Amazônia entre janeiro e setembro deste ano foi a maior em dez anos, conforme demonstra dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somente neste período de 1º de janeiro à 30 de setembro de 2020 foram 76.030 pontos de queimada. A última vez em que houve um número superior foi em 2012, quando, no mesmo período, registraram 102.409 focos.

 

 

Brigadistas goianos retornam do Pantanal

 

Após a paralisação dos brigadistas determinada pelo Ibama, uma equipe goiana com 11 trabalhadores que estava atuando nas queimadas do Pantanal foi desmobilizada e está retornando à sua brigada de origem.

 

 

De acordo com a Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente (Ascema), os brigadistas de Goiás atuam de forma prioritária no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, mas como no estado não há, no momento, nenhum incêndio que necessite de um combate ampliado, os profissionais estavam atuando em outros locais com demanda.

 

 

A Ascema se manifestou, por meio de nota, sobre os atuais acontecimentos, afirmando que “se o governo não repassa recursos, os servidores e os brigadistas não podem estar em campo, arriscando suas vidas sem o mínimo de suporte e garantias nem condições apropriadas de trabalho”.

 

 

Com informações do G1

 

 

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