quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Os policiais envolvidos na morte do morador do estado de Sergipe, Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, foram afastados de suas atividades pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta quinta-feira (26). O homem morreu após ser submetido à uma abordagem que o prendeu em um porta-malas de uma viatura, toda fechada, com gás lacrimogêneo. No boletim de ocorrência, os agentes afirmaram que a vítima foi a óbito “possivelmente devido a um mal súbito”. Mas, segundo o Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe, a morte ocorreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
Depois de optar pelo afastamento dos policiais envolvidos no caso, a PRF afirmou, por meio de nota, que “está comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência no estado, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação” e que “reforça o compromisso com a transparência e isenção”.
A vítima possuía esquizofrenia e fazia uso de remédios controlados há 20 anos, segundo informado pelos familiares. De acordo com a viúva de Genivaldo, ele era tranquilo. “Eu vivo com ele há 17 anos, ele tem 20 anos que tem o problema dele. Nunca agrediu ninguém, nunca fez nada de errado. Sempre fazendo as coisas pelo certo. E num momento desses pegaram ele e fizeram o que fizeram”, contou.
Toda a abordagem, além de ser acompanhada por testemunhas, que gravaram a ação, também foi vista pelo sobrinho da vítima. “Eu estava próximo e vi tudo. Informei aos agentes que o meu tio tinha transtorno mental. Eles pediram para que ele levantasse as mãos e encontraram no bolso dele cartelas de medicamentos. Meu tio ficou nervoso e perguntou o que tinha feito. Eu pedi que ele se acalmasse e que me ouvisse”.
Repercussão
Diante do caso, diversas entidades se manifestaram. A Ordem dos Advogados de Sergipe (OAB-SE) afirmou, na quinta-feira (26), que respeita a PRF, mas que “não compactua com violência e tortura”, e que, por isso, “através da nossa Comissão de Direitos Humanos, iremos solicitar, em caráter de urgência, uma reunião com a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal a fim de buscar informações a respeito da apuração”.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, também se pronunciou, informando que determinou “a abertura de investigação pela Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal sobre a abordagem policial de ontem, em Sergipe. Nosso objetivo é esclarecer o episódio com a brevidade que o caso requer”.
Houve, ainda, a emissão de uma nota da organização internacional não governamental Human Rights Watch, que defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos, afirmando que está “consternada e chocada com a morte de Genivaldo de Jesus Santos, um homem negro de 38 anos e com deficiência psicossocial, nas mãos da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe”.
(Com informações do g1 e do Metrópoles)
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