A Polícia Federal, deflagrou nesta quarta-feira (15/12) a operação, onde foram alvos o pré candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes e o ex governador do Ceará Cid Gomes. Denominada  de Operação Colosseum, a PF busca apurar supostas fraudes e envolvimento com pagamento de propina a agentes políticos e servidores públicos, nas obras do estádio Castelão, em Fortaleza (CE) nos anos de 2010 e 2013.

Segundo a PF, as investigações apontam que houve um possível pagamento indevido a Galvão Engenharia, que além de ter tido vantagem no processo licitatório da Arena Castelão, recebeu valores indevidos pelo Governo do Estado durante a execução da obra. A polícia afirma que há evidencias de pagamento de R$$11 milhões em propina, que foram pagos diretamente ou disfarçados em doações eleitorais, com emissão de notas fiscais falsas.

Para cumprir os 14 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Meruoca, Juazeiro do Norte, no Ceará; São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA), sendo deslocados 80 policiais federais para a operação.

O pré candidato à presidência se manifestou pelas redes sociais, negando qualquer envolvimento com esquema de corrupção, ainda afirmou que a ordem de busca e apreensão feita na casa dele é abusiva. "Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade", começou.

Leia a nota de Ciro Gomes na íntegra:

"Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático. Mas depois da Polícia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo à minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade.

"O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014. Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo. Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou.

"Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018. O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar me intimidar e deter as denúncias que faço todo dia contra esse governo que está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita.

"Nunca me senti um cidadão acima da lei, mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei. Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão. NINGUÉM VAI CALAR A MINHA VOZ."