quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Agentes da Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro fazem uma nova operação, na manhã desta quarta-feira (13), para cumprir mandados de busca e apreensão no caso. No início da manhã, os agentes do Ministério Público e da Polícia Civil faziam buscas na casa do bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade.
Os suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes em março do ano passado foram presos na madrugada de ontem (12) em operação do Ministério Público em parceria com a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Os suspeitos são Ronie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar.
A Polícia Civil ainda afirmou que o policial militar reformado Ronnie Lessa, suspeito de ser o autor dos disparos que mataram Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, fizeram pesquisas sobre personalidades de esquerda, entre elas, a vereadora carioca. Os investigadores identificaram, a partir de uma análise telemática, que Lessa tinha "obsessão" por militantes de esquerda.
O advogado de Lessa disse só ter conversado com seu cliente por um momento rápido após a prisão, mas que ele nega a participação no crime. Durante toda a manhã de ontem (12), carros carregados de documentos chegavam à delegacia, frutos da execução de 34 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Os suspeitos não quiseram prestar esclarecimentos.
O delegado Ginitom Lages, chefe da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, informou que a Polícia Civil vai investigar o possível envolvimento de um terceiro suspeito no crime. Segundo o delegado, no momento do assassinato, um homem estava no banco do motorista e outro no banco de trás, o que será apurado na segunda fase da investigação.
O delegado conta que o suspeito Ronie Lessa chegou a usar informações sobre Marielle que constavam apenas em um portal de acesso restrito a agentes de segurança. Além de ser policial reformado, Lessa já atuou no Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Testemunhas do crime disseram que o atirador usava uma máscara de ninja no momento dos disparos, o que dificultou as investigações. Por enquanto a polícia trabalha com dois suspeitos envolvidos diretamente no crime.
Os policiais também investigam se Ronie sofreu uma tentativa de queima de arquivo no mês seguinte ao assassinato. Lessa foi baleado, mas a PC também trabalha com a possibilidade de tentativa de roubo.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a polícia localizou um paiol em um dos endereços, com grande quantidade de fuzis novos.
O PM reformado teria feito pesquisas sobre o então interventor na segurança pública do Rio, general Braga Netto, além de buscas sobre a submetralhadora MP5, que pode ter sido usada no crime.
Além das duas prisões, os agentes também cumpriram 32 mandados de busca e apreensão em vários endereços nesta terça. Na ação, foram encontrados 117 fuzis incompletos, do tipo M-16, e 500 munições na casa de um amigo de Ronnie, no Méier, Zona Norte da cidade.
As armas, todas novas, estavam desmontadas em caixas em um guarda-roupas - só faltavam os canos. O dono da casa, Alexandre Mota de Souza, afirmou para os policiais que Ronnie, seu amigo de infância, entregou as caixas, e pediu para guardá-las e não abrí-las. Alexandre acabou preso, entretanto, sob a suspeita de tráfico de armas.
A polícia chegou nele rastreando um barco que seria de Ronnie e estaria em seu nome. Alexandre Mota de Souza também acabou preso, mas por suspeita de tráfico de armas.
A Operação Lume foi batizada em referência a uma praça no Centro do Rio, conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista. No local, ela também costumava se reunir com outros defensores dos direitos humanos e integrantes do PSOL.
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