quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Polêmica do Mais Médicos gera polarização entre entidades

POR Jornal Somos | 16/11/2018
Polêmica do Mais Médicos gera polarização entre entidades

Reprodução

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A saída de Cuba do programa social Mais Médicos na última quarta-feira (14) gerou uma polarização entre as entidades de dentro e fora do Brasil. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, divulgou ontem, 15, nota na qual ressalta a preocupação dos prefeitos das cidades com menos de 20 mil habitantes com a saída dos 8,5 mil profissionais cubanos que atuam no programa Mais Médicos. A entidade alerta que é preciso substituí-los sob o risco de mais de 28 milhões de pessoas ficarem desassistidas.

 

Secretários municipais de Saúde e prefeitos já reagiram à interrupção da cooperação técnica entre a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o governo de Cuba, que possibilitava o trabalho de cerca de 8,5 mil profissionais cubanos no programa Mais Médicos. Em nota conjunta, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) apelam para a manutenção dos profissionais cubanos no Brasil, sob risco de faltar atendimento à população.

 

O Ministério de Saúde Pública de Cuba informou no dia 14 que retiraria os profissionais do programa no Brasil por divergir das exigências feitas pelo governo do presidente eleito Jair Bolsonaro e em decorrência das críticas mencionadas por ele. Para o governo Bolsonaro, os médicos cubanos devem se submeter ao Revalida – prova que verifica conhecimentos específicos na área médica.

 

Em contraponto, os Estados Unidos elogiaram nesta quinta-feira (15) a postura crítica do presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre o programa ‘Mais Médicos‘, implementado com a Organização Pan-americana de Saúde (OPS) e Cuba, que motivou na véspera o cancelamento da participação dos profissionais de saúde cubanos.

 

Kimberly Breier, a principal funcionária do Departamento de Estado para a América Latina, publicou a seguinte mensagem em seu Twitter:

 

 

TRADUÇÃO: "Que bom ver o presidente eleito Bolsonaro insistir em que os médicos cubanos no Brasil recebam seu justo salário ao invés de deixar que Cuba leve a maior parte para os cofres do regime”. 

 

Pelo menos 150 médicos cubanos desertores do programa federal Mais Médicos lutam na Justiça para poder clinicar no Brasil de forma independente, fora do acordo entre Brasil e Cuba, ganhando salário integral. Esse grupo de profissionais moveu ações contra o Ministério da Saúde, o governo cubano e a Organização Panamericana de Saúde (Opas), segundo o advogado André de Santana Corrêa, que defende os estrangeiros.

 

Ainda ontem (15), 196 médicos já retornaram para Cuba após três anos de trabalho no Brasil, os primeiros após o anúncio. O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) informou também ter sido avisado pela embaixada de Cuba que todos os médicos cubanos deixarão o Brasil até o fim do ano.

 

 

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