O diretor da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), Renato Kfouri, em entrevista televisiva causou um alvoroço sobre a chegada da vacinação para a população, ao afirmar que em até “10 ou 15 dias” exista um plano de imunização de anti Covid no país. Sua declaração vem um dia depois do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, impor prazo ao governo federal de 30 dias para apresentar o plano de vacinação.

No voto do ministro, divulgado ontem, ele afirmou que a estratégia deve contemplar a "aquisição e distribuição universal de todas as vacinas disponíveis no mercado interno e internacional, comprovadamente eficazes e seguras". O ministro também disse que critérios "políticos, partidários ou ideológicos" não podem ser usados para rejeitar imunizantes. O voto foi resposta a ações dos partidos Rede e PC do B, que exigem que o governo federal seja obrigado a colaborar com o desenvolvimento de toda e qualquer vacina contra a covid-19 em pesquisa no país. Processos que foram abertos após as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que não iria comprar vacinas do laboratórios chinês Sinovac - que tem parceria com o governo de São Paulo, comandando por João Doria (PSDB), um adversário político dele. Lewandowski  também escreveu em seu voto que as afirmações do presidente poderiam "fragilizar o direito fundamental à saúde". E, ainda, agendou para 4 de dezembro o início do julgamento das ações, o que terminará em 11 do mesmo mês. Os demais dez ministros ainda deverão votar no plenário virtual.

Diante deste contexto, o diretor da SBIm, respondeu: "Creio que o plano sai antes (dos 30 dias). Na semana que vem vai haver reunião pra finalizar plano". Isso porque, explicou ele, esse plano está sendo elaborado desde agosto e envolve opiniões de muitos órgãos. E na segunda feira (30), haverá uma reunião do grupo técnico encarregado de elaborar a estratégia. Renato ainda complementou, na mesma entrevista, que “é um trabalho de muita gente e demora um pouco para consolidar. Mas acredito que até o final da semana que vem fica pronto, no máximo 10 ou 15 dias". Além da SBIm e do Ministério da Saúde, também participam desses processos as sociedades científicas, os produtores de vacina, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os conselhos nacionais, estaduais e municipais, a Organização Pan-Americana de Saúde, a Associação Médica Brasileira, entre outros conselhos e consultores.

Em publicação feita hoje pelo jornal O globo, Willames Freire, presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), falou sobre o assunto e repetiu as informações dadas por Kfouri.

"Não sabemos qual será a primeira vacina aprovada, temos que trabalhar com diversos cenários. Não é que o plano atrasou, ele está no tempo de construção e vem sendo feito há alguns meses. Trabalhamos com o cenário de que cada ente vai ter o seu papel fundamental, mas a gente defende que a coordenação desse processo tem que ser no nível central", explicou Willames.

Na mesma reportagem do jornal, o Ministério da Saúde respondeu sobre o plano de vacinação, escrevendo em nota que definiu dez eixos prioritários que vão guiar a campanha, mas não descreveu quais seriam. O órgão disse ainda que o PNI (Plano Nacional de Imunização) possui expertise na área e que o ministério "enviará as doses aos estados que farão a logística de distribuição em seus municípios".

Fonte: Reportagem Globonews e jornal O Globo