Na manhã de hoje, segunda-feira (08/02/2021), o preço do petróleo tipo Brent subiu e a cotação superou 60 dólares por barril pela primeira vez em mais de um ano, estimulado pelo otimismo dos investidores sobre a demanda, à medida que a economia mundial se recupera da pandemia de coronavírus.

O preço do barril subiu 1,26%, a 60,19 dólares, que é a maior cotação desde janeiro do ano passado. Isso tudo vem em um contexto de mercados em alta, otimistas com as campanhas de vacinação, a desaceleração dos contágios e a esperança de que o grande plano de estímulo de Joe Biden seja aprovado pelo Congresso americano.

O problema é que paralelamente isso é uma das causas do anúncio feito hoje pela Petrobras (PETR3;PETR4) de mais um aumento para seus produtos, que vigoram a partir de amanhã, terça-feira (09/02), nas refinarias da empresa.

Segundo o anúncio, o diesel vai subir R$ 0,13 por litro, para R$ 2,24 por litro - um avanço de 6,1% e o segundo em 2021, somando reajuste 10%; a gasolina passará a custar R$ 2,25 por litro, refletindo aumento médio de R$ 0,17 por litro - é uma alta de 8,1% e o terceiro aumento neste ano, acumulando variação de 22%; e o gás de cozinha terá aumento de médio de R$ 0,14 por kg (equivalente a R$ 1,81 por 13kg).

“Importante ressaltar que os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”, informou a Petrobras, estatal que está sob pressão diante da necessidade de aumentar seus produtos ao mesmo tempo em que existe ameaça de greve dos caminhoneiros pela alta do diesel.

Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro acenou com a possibilidade de mudar a forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos Estados para amenizar a alta dos combustíveis, que também tem sido motivo de aumento de inflação, levando o mercado a prever uma possível alta na taxa de juros. O presidente em meio à pressão feita na semana passada pela categoria dos caminhoneiros prometeu enviar um projeto de lei para mudar o ICMS sobre combustíveis, o que foi criticado por especialistas por desviar o problema para os governadores, já que este é um tributo estadual. Infelizmente ainda não há nada de concreto para essa ação.