quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Perfil de ministro da Educação na Wikipedia passa por 25 mudanças em três dias e MEC pede que seja tirado do ar

POR Jornal Somos | 11/07/2019
Perfil de ministro da Educação na Wikipedia passa por 25 mudanças em três dias e MEC pede que seja tirado do ar

Redação Jornal Somos

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De segunda (1º de julho) até esta quinta-feira (04), a página da Wikipedia dedicada ao ministro da Educação , Abraham Weintraub , passou por 25 edições. As informações estão disponíveis na própria página da enciclopédia colaborativa. Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", o Ministério da Educação (MEC) pediu para o site tirar do ar a página sober o ministro no dia 27 de junho.

 

Na página de discussão sobre as edições da página, o principal assunto debatido entre os colaboradores era sobre como o bloqueio orçamentário imposto por Weintraub deveria ser descrito na Wikipedia.

 

"A informação que diz 'corte de 30%' está (sic) TOTALMENTE equivocada", escreveu o usuário Nexus1997, complementando que "Conforme o próprio ministério, é um (sic) CONTINGENCIAMENTO, algo bem diferente de um 'corte', de 3,4%", indicando um link do MEC.

 

"Acredito que se restringir à dados de fontes oficiais é parcial", respondeu o usuário João Victor Bertoldo, explicando seu ponto de vista: "devemos seguir fontes como a Lupa/Folha de S.Paulo, que esclareceu esses valores:o corte representa 30% do total de despesas não obrigatórias e 3% do total de despesas, visto que salários não podem ser cortados".

 

O verbete sobre Weintraub na Wikipédia foi criado no dia 8 de abril, pouco mais de três horas depois do presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciar pelo Twitter que ele sucederia Ricardo Vélez Rodriguez no comando do MEC.

 

A página atualmente está bloqueada para edições. Colaboradoradores antigos estão debatendo sobre como editar o texto de forma a deixá-lo imparcial. Foi tirada do texto a seção "controvérsias", que listava fatos polêmicos em relação ao ministro; como por exemplo, frases acusando universidades de "balbúrdia" e convocações feitas a pais de alunos, para que denunciassem professores.

 

Segundo o jornal O Estado de S. paulo, o MEC alegou que a página conteria "informações não confirmadas" que poderiam levar a "interpretações dúbias".

 

"A Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Educação do Brasil, tomando conhecimento da criação desta página no dia 8 de abril de 2019 e a da impossibilidade de edição por este órgão governamental, solicita a exclusão da página do ministro Abraham Weintraub", afirma o texto enviado pelo MEC à Wikipédia, segundo o Estado: "A página contém informações não confirmadas com a pessoa pública ora em destaque, contribuindo para interpretações dúbias. Com a restrição, a pessoa física/jurídica fica incapacitada de declarar a ampla defesa e o contraditório."

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