domingo, 24 de novembro de 2024

Brasil

Pela primeira vez IBGE deve divulgar dados sobre orientação sexual da população

POR Thaynara Morais | 26/03/2022
Pela primeira vez IBGE deve divulgar dados sobre orientação sexual da população

Redação Jornal Somos

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Pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) decidiu que vai divulgar dados sobre orientação sexual da população brasileira.

 

A decisão foi tomada após o Ministério Público Federal ter acionado o órgão na Justiça. O questionamento veio devido ao fato de o Censo Demográfico de 2022 não ter incluído perguntas sobre a população LGBTQIA+.

 

Os dados sobre orientação sexual serão divulgados no dia 25 de maio, quando será apresentada a Pesquisa Nacional de Saúde. O levantamento foi feito em 2019 em parceria com o Ministério da Saúde e não previa a divulgação dos dados sobre orientação sexual.

 

O IBGE informou ao G1 que o Censo Demográfico não é a pesquisa adequada para o tema porque o levantamento permite que um morador do domicílio responda pelos demais.

 

A Pesquisa Nacional de Saúde trata da saúde da população e impactos nos serviços de saúde do país. Esta é a segunda edição do levantamento, que agora introduziu novos temas. “Entre eles, a pergunta sobre orientação sexual das pessoas com idade igual ou superior a 18 anos”, diz o IBGE.

 

Ação do MPF

 

 

O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias, quando acionou a Justiça Federal, argumentou que a realização do Censo sem perguntas sobre a identidade de gênero e orientação sexual configura real impedimento para a formulação de políticas públicas que atendam às necessidades da população LGBTQIA+.

 

O MPF ainda apurou se houve omissão do IBGE por considerar que o censo é um guia completo para as políticas públicas.

 

Como a representação que questionou o IBGE tem origem no Acre, a ação contra o censo foi apresentada à Justiça Federal do estado, porém quando houver decisão, terá repercussão nacional.

 

IBGE

 

De acordo com o IBGE, é preciso “frisar” que o Censo Demográfico, feito de 10 em 10 anos, "não é a pesquisa adequada para sondagem ou investigação de identidade de gênero e orientação sexual".

 

"A metodologia de captação das informações do Censo permite que um morador possa responder por ele e pelos demais residentes do domicílio. Pelo caráter sensível e privado da informação, as perguntas sobre a orientação sexual de um determinado morador só podem ser respondidas por ele mesmo", acrescentou o órgão.

 

Ainda foi informado pelo instituto que a Defensoria Pública da União solicitou a contagem da população transexual no Censo 2020 e que o pedido foi considerado “improcedente” na Justiça, que acatou os argumentos do IBGE, segundo o instituto.

 

O instituto informou que entende a importância do tema e que, por isso, desenvolveu na PNS questão específica sobre a orientação sexual.

 

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