A oposição no Congresso definiu que a votação do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), será a pauta prioritária no Senado neste segundo semestre. A decisão foi anunciada pela senadora Damares Alves durante reunião com parlamentares da base conservadora, que também contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Damares, o pedido de impeachment será tratado como "prioridade absoluta" pela bancada, com críticas diretas ao ministro. Ela acusou Moraes de violar direitos humanos e o responsabilizou por prejuízos à economia brasileira: “Foi por culpa dele que estamos sendo tarifados”, afirmou.

Durante o encontro, Damares declarou que o Senado não pode se calar diante das decisões do STF e que é preciso reagir. “A culpa de tudo é, com certeza, do Alexandre de Moraes e do presidente Lula”, disse.

Além do impeachment, a oposição também pretende avançar com outras pautas sensíveis, como o projeto de anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e a PEC 333/17, que propõe o fim do foro privilegiado para a maioria das autoridades.

Na Câmara, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, destacou que a prioridade será a votação do projeto que concede anistia aos presos pelos ataques às sedes dos Três Poderes. Ele também criticou os inquéritos conduzidos pelo STF, classificando-os como "esdrúxulos" e concentrados nas mãos de Moraes.

Para fortalecer sua estratégia, a bancada bolsonarista criou três subcomissões que atuarão mesmo durante o recesso: a de discurso unificado, liderada por Gustavo Gayer (PL-GO); a de articulação política, comandada por Cabo Gilberto Silva (PL-PB); e a de manifestações populares, coordenada por Zé Trovão (PL-SC) e Rodolfo Nogueira (PL-MS).

Apesar da mobilização, analistas avaliam que a aprovação das propostas enfrenta obstáculos significativos no Congresso, especialmente pela resistência de setores que evitam confrontos diretos com o STF.