A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta sexta-feira (3), 104 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão preventiva em 20 estados e no Distrito Federal, que resultou na prisão de ao menos 25 pessoas, sendo 18 delas em flagrante. Estes cumprimentos são referentes a Operação Lobos II, que desarticulou um grupo que realizava a divulgação de materiais de abuso sexual infantil no Brasil e no mundo, por meio da darkweb.

Os crimes investigados por esta operação são os de venda, produção, disseminação e armazenamento de pornografia infantil (arts. 240, 241, 241-A e 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), bem como de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal – CP). Para a identificação dos indivíduos envolvidos, a PF efetuou parcerias com forças policiais de vários países. “A união internacional de esforços permitiu a identificação de um indivíduo brasileiro que utilizava a deepweb”.

A operação é uma segunda fase da investigação anterior, que não havia sido divulgada e foi mantida em sigilo para manter o desempenho das ações. Segundo a PF, em 2019 foi preso, no estado de São Paulo, um dos principais divulgadores de pornografia infantil do mundo, que realizava a hospedagem e o gerenciamento de cinco dos maiores sites de abuso infantil do mundo, com conteúdo acessado por mais de 1,8 milhão de usuários.

“Posso até considerar que ele era o alvo 01 do mundo no que ele fazia de hospedagens de pornografia infantil na deep web. Era o principal criminoso do mundo nesse tipo [de crime]. Tivemos a participação de várias policiais, o FBI, dos EUA, o NCI, da Inglaterra, todos os países mais desenvolvidos do mundo colaboraram nessa investigação”, informou o delegado federal Renato Cintra.

Os portais e fóruns da darkweb gerenciados por este homem preso em 2019 era organizado por temática, com imagens e vídeos de abuso sexual de crianças de 0 a 5 anos, de abuso sexual com tortura, abuso sexual de meninos e abuso sexual de meninas.

Toda a investigação que gerou estas duas fases de operação foi iniciada no ano de 2016 pela Polícia Federal em Pernambuco. Os alvos desta sexta (3) são pessoas que fizeram outros sites com o objetivo de manter a produção e compartilhamento de cenas de abuso sexual infantil.

“Um dos administradores do fórum estava em Pernambuco e foi preso em 2017. Começou uma longa investigação, que foi mantida sempre em sigilo, nada foi divulgado. Assim, chegamos à prisão do alvo [de 2019, em SP] que hospedava todos esses fóruns, que chegavam a mais de 1,8 milhões de pessoa em todo o mundo”, explicou o delegado.

A prisão do alvo gerou um grande impacto na época, porque culminou na retirada do ar destes cinco fóruns que estavam entre os maiores do mundo. “Foi um impacto grande na deep web porque retiramos os cinco maiores fóruns de pornografia infantil, mas outros vão surgindo. É uma coisa que dificilmente vai acabar. Na época, eram os cinco maiores, os grandes fóruns. Todos eles tinham mais de 200 mil membros cada um”, afirmou.

Além do Distrito Federal, os estados em que os mandados foram cumpridos nesta sexta (3) são Goiás, Ceará, Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

(Com informações do G1 e do Jornal Opção)