quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Ontem (10), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ganhou um novo presidente. Sebastião Barbosa, pesquisador aposentado, tomou posse em cerimônia no Palácio do Planalto. Ele assume o cargo de Maurício Antonio Lopes, que teve o seu mandato finalizado após ser o responsável pela presidência desde 2012.
A missão de Barbosa será a condução da empresa pública de pesquisa nesse período de restrições orçamentárias e financeiras, além da famigerada mudança no governo federa, com a posse de um novo presidente da República a ser eleito no próximo dia 28.
"Precisamoas de recursos e entendemos as dificuldades pelas quais o país passa", disse Sebastião na cerimônia, se referindo ao orçamento um pouco menor que R$4 bilhões, boa parte gasto com a folha de pagamento dos funcionários.
Segundo a EBC, o novo presidente também defende a extensão rural e a aproximação da Embrapa com o setor produtivo. Para isso, ele espera contar com parcerias, como a da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), além da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), prefeituras, sindicatos, federações e outras organizações de agricultura, sejam elas pequenas, médias ou grandes.
"Eles se somam. Os pequenos agricultores, principalmente os de base familiar, perdem competitividade no acesso à tecnologia, insumos e mercados. Somente pelo associativismo isso poderá ser superado", garantiu. Ele também afirma que a região do semiárido receberá prioridade, já que abriga uma grande população pobre e é a mais impactada pelos efeitos das mudanças climáticas.
Para alcançar mais mercados, ele também quer desenvolver setores como o de leite e derivados, frutas e produtos florestais. "O mundo mudou, nossos consumidores vão exigir mais comida, fibra e produtos florestais diferenciados, mais baratos, modernos e produzidos com sustentabilidade social e ambiental", explicou.
Em seu discurso, o presidente Michel Temer destacou a importância da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura e reconheceu o agronegócio como responsável, em grande parte, pela recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
“Esse setor é fundamental para o país e devemos prestigiar. […] Com entusiasmo, quero cumprimentar o Maurício e o Sebastião. [Sebastião] seguramente vai continuar o trabalho extraordinário que vem sendo feito pela Embrapa ao longo do tempo”, disse.
Sebastião é engenheiro agrônomo, especialista em Entomologia (estudo dos insetos) e foi contratado pela Embrapa em 1976, atuando em programas de controle e erradicação de pragas.
Por 17 anos trabalhou na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no Serviço de Proteção de Plantas, em Roma, Itália; e no escritório para a América Latina e o Caribe, em Santiago, Chile. Nesse período manteve-se licenciado sem receber rendimentos da empresa.
O engenheiro foi também coordenador de cooperação internacional da Embrapa e chefe-geral da Embrapa Algodão, centro de pesquisa localizado em Campina Grande, na Paraíba, além de outras atividades exercidas na estatal.
A Embrapa é uma empresa de referência mundial em pesquisa e tecnologia agropecuária e atua desde 1973 para viabilizar soluções para o desenvolvimento sustentável da agricultura, por meio de geração, adaptação e transferência de tecnologia ao setor. Ela conta com 42 unidades de pesquisa e sete unidades centrais, 9.632 empregados, dos quais 2.434 são pesquisadores (74,69% deles com doutorado).
Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, seu lucro social em 2017 foi de R$ 37,18 bilhões, calculado com base nos impactos econômicos de uma amostra de 117 tecnologias e 200 cultivares desenvolvidos pela empresa e seus parceiros e transferidas para a sociedade.
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