segunda-feira, 01 de dezembro de 2025

Morte de jovem ao invadir jaula de leoa revela histórico de transtornos e 16 ocorrências policiais

POR Wanderson Fly | 01/12/2025
Morte de jovem ao invadir jaula de leoa revela histórico de transtornos e 16 ocorrências policiais

Foto: Reprodução

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A morte de Gerson de Melo Machado, 19 anos, conhecido como “Vaqueirinho”, após invadir a jaula de uma leoa em João Pessoa (PB), no domingo (30/11), trouxe à tona um histórico marcado por vulnerabilidade social, transtornos mentais sem tratamento adequado e diversas ocorrências policiais.

 

De acordo com a delegada Josenice de Andrade Francisco, em entrevista ao portal Metrópoles, o jovem acumulava 16 registros policiais, em sua maioria relacionados a danos e pequenos furtos.

 

A delegada relatou ainda que Gerson apresentava sinais evidentes de transtornos mentais. Na última vez em que foi levado à Central de Flagrantes, na semana passada, foi solicitado um pedido de internação psiquiátrica — que, segundo ela, provavelmente não chegou a ser analisado.

 

A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o jovem por oito anos, afirmou que era comum Gerson procurar espontaneamente a delegacia para se entregar.

 

 

Sonho fixo: “Quero ir à África para cuidar dos leões”

 

Policiais que tiveram contato direto com o jovem relataram que ele repetia com frequência o desejo de viajar para a África para cuidar de leões. Dizia que faria o trajeto “a pé”, e os agentes tentavam explicar que o continente ficava a milhares de quilômetros.

 

Segundo a conselheira tutelar, esse sonho o acompanhava desde a infância. Em uma das situações mais graves, o jovem chegou a tentar entrar clandestinamente em um avião.

 

Verônica relembrou o episódio em que ele cortou a cerca do aeroporto e entrou no trem de pouso de uma aeronave da Gol. Ela afirma que só não houve uma tragédia maior porque o jovem foi identificado pelas câmeras de segurança.

 

“Você dizia a mim que ia pegar um avião para ir a um safári na África para cuidar dos leões. E tentou. Dei graças a Deus quando fui avisada pelo aeroporto que você tinha cortado a cerca e entrado no trem de pouso do avião antes que uma desgraça acontecesse”, escreveu ela em um relato emocionado.

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