quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (23) mandar para a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedido de investigação contra um homem que publicou um vídeo nas redes sociais em que faz ofensas e ameaças a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber.
A medida foi tomada após os integrantes do colegiado rebaterem o vídeo, divulgado na segunda-feira (22) no Youtube, no qual o homem que se identifica como coronel Carlos Alves se refere a Rosa Weber como "salafrária e corrupta” e critica outros integrantes do STF. Na gravação, ele se refere ao dia em que Rosa Weber recebeu integrantes do PT que pediram a aplicação de medidas cautelares urgentes para investigar notícias de que empresas em prol do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, estariam pagando por serviços de disparos de mensagens em massa contra o partido e seu candidato à Presidência, Fernando Haddad, via WhatsApp.
A procuradora-geral da República Raquel Dodge disse que é muito importante cultivar o respeito às instituições brasileiras, que são muito fortes e têm trabalhado com sobriedade e moderação para fazer valer a Constituição de 1988. Perante questionamentos dos jornalistas Raquel também pediu que todos continuem com o espírito de temperança e união nacional em torno de eleições justas e livres no Brasil.
Após a manifestação dos ministros da Segunda Turma, segundo a EBC, os integrantes Primeira Turma, integrada pela ministra Rosa Weber, também prestaram solidariedade à colega.
Em resposta à reação do Supremo, o coronel Carlos Alves gravou novo vídeo debochando do pedido do Supremo para que se investigue a conduta do militar. O Exército confirmou a identidade do coronel que é militar reserva, em nota a instituição diz que as declarações do coronel não representam o pensamento do Exército Brasileiro e que o Comandante do Exército encaminhou uma representação ao Ministério Público Militar solicitando que fosse investigado o cometimento de possível ilegalidade.
Um vídeo que retrata a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável Jair Bolsonaro, onde diz que bastariam um cabo e um soldado para fechar o STF, foi repercutido e discutido por ministros do STF.
O vídeo, gravado antes do primeiro turno das eleições, Eduardo Bolsonaro, reeleito deputado federal por São Paulo, participou de uma palestra em um curso preparatório e respondeu a um aluno que questionava se o Exército poderia agir caso Bolsonaro fosse eleito e impedido de assumir por alguma decisão do Supremo.
Sobre a repercussão do vídeo de Eduardo Bolsonaro, em resposta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que nem os militares conseguiram fechar o tribunal durante o período da ditadura. No entendimento de Gilmar Mendes, o comentário foi impróprio e inadequado, e não existe outro caminho para o Brasil a não ser o da democracia e o do respeito às instituições.
Outro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse que, independentemente de quem vier a ganhar o segundo turno da eleição para a Presidência da República neste domingo (28), o candidato eleito terá que respeitar as regras do jogo, uma vez que o país não vai aceitar um regime autoritário e que não seja democrático. A avaliação de Barroso é de que o país vive um momento em que existe espaço na democracia para todos os projetos e que só não tem lugar para projetos desonestos e autoritários. Para o ministro, esta é a única vigilância que o país tem de manter permanente: o respeito às regras do jogo, aos direitos de todos e a não aceitação de projetos que sejam autoritários.
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