Nesta quarta-feira (18), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho afirmou que o valor do salário mínimo, atualmente em R$ 1.302, não será reajustado antes de maio. O ministro do Trabalho deu a declaração após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com representantes de centrais sindicais.

Lula anunciou no evento a criação de um grupo de trabalho para elaborar uma política permanente de valorização do piso. O grupo tem 45 dias, que podem ser prorrogados por mais 45 dias, para apresentar uma proposta.

Só após isso, o governo decidirá se o salário poderá ser reajustado em R$ 1.320 neste ano ou se o aumento ficará para outra data.

“Hoje é R$ 1.302 e em maio pode ser que haja alteração a partir desse trabalho que vamos construir”, disse Marinho.

Lula também indicou que a valorização do piso deverá seguir o PIB.

“O salário mínimo tem que subir de acordo com o crescimento da economia. A economia subiu, o povo que ganha o salário mínimo vai ter aumento de acordo com o PIB. É isso que a gente tem que fazer para melhorar esse país”, disse o presidente.

Como era o reajuste do piso?

O aumento real do salário mínimo ocorre quando o reajuste oferece ganho acima da inflação.

Durante os governos Lula, Dilma e Temer, o valor foi corrigido por um cálculo que considerava a inflação do ano anterior mais o crescimento médio do PIB nos últimos dois anos.

No ano de 2011, Dilma transformou a regra em lei e instituiu uma política de valorização do piso até 2014. A iniciativa foi repetida em 2015 e estendida até 2019.

Desde 2019, não há mais lei atrelando o PIB à correção do salário. A avaliação do governo na época foi de que o reajuste real prejudicaria as contas públicas.

Como funciona agora

Atualmente o salário mínimo é de R$ 1.302 e foi definido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em dezembro. O reajuste considerava apenas a inflação projetada naquela época, que ficou menor que o previsto.

O aumento permanente do salário mínimo acima da inflação foi uma das bandeiras de Lula na campanha. Depois da eleição, aliados do presidente passaram a defender que o piso ficasse em R$ 1.320 neste ano.

No entanto, segundo o governo os custos para subir o valor atual estão acima do previsto inicialmente. Aliados de Lula não descartam aumento do salário mínimo em 1º de maio.