quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Ministro da Educação recebe advertência da Comissão de Ética da Presidência

POR Jornal Somos | 28/01/2020
Ministro da Educação recebe advertência da Comissão de Ética da Presidência

Redação Jornal Somos

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Nesta terça-feira (28), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu, por unanimidade, aplicar advertência ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, por faltar com o decoro do cargo.

 

A decisão se deu por uma comparação que o ministro fez dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff à cocaína que foi encontrada em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que integrava a comitiva do presidente Jair Bolsonaro durante viagem a Osaka, no Japão, em 2019.

 

Foram encontrados 39 kg de cocaína durante escala da aeronave em Sevilha, na Espanha. A droga estava em mala que pertencia ao sargento Manoel Silva Rodrigues, que foi preso.

 

Com as publicações feitas pelo ministro, a bancada do PT na Câmara dos Deputados apresentou uma representação à comissão cobrando a análise da conduta de Weintraub.

 

Já a defesa técnica dos defensores do ministro pediu arquivamento da denuncia, no entanto, o relator, Erick Biill Vidigal, reconhece a ocorrência de infração ao Código de Conduta da Alta Administração e votou pela aplicação de uma advertência. Também foi recomendado que o ministro se atentasse aos padrões éticos em vigor.

 

Duas publicações, de acordo com o relator, levaram à advertência:

 

"Tranquilizo os ´guerreiros´do PT e de seus acepipes: o responsável pelos 39 kg de cocaína NADA tem a ver com o Governo Bolsonaro. Ele irá para a cadeia e ninguém de nosso lado defenderá o criminoso. Vocês continuam com a exclusividade de serem amigos de traficantes como as FARC”.

 

“No passado o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?”

 

De acordo com os conselheiros, o ministro feriu o artigo terceiro do Código de Conduta da Alta Administração, que diz ser preciso observar o decoro nas manifestações.

 

Conforme o dispositivo, "no exercício de suas funções, as autoridades públicas deverão pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral".

 

"Esta comissão entendeu à unanimidade, por, na verdade, aplicar essa penalidade de advertência que tem esta função provavelmente também pedagógica", afirmou o presidente da comissão, Paulo Henrique dos Santos Lucon.

 

"Nós fizemos a recomendação de advertência e entendemos que aquilo que ele aplicou esbarra no decoro previsto na legislação pertinente", concluiu Lucon.

 

Em seu voto, o relator, Erick Biill Vidigal, afirma que, na visão dele, "não parece (...) que o papel esperado pela sociedade no tocante a qualquer Ministro da Educação, de qualquer governo, seja o de um autoridade impulsiva, destemperada, que ofende quem quer que critique ou questione o seu trabalho, seja cidadão ou autoridade, e que utilize da visibilidade que o cargo público lhe dá para ampliar a divisão existente atualmente na sociedade brasileira, incitar o ódio, a agressividade, a desarmonia, em total afronta ao que dispõe o preâmbulo da Constituição Federal".

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