domingo, 24 de novembro de 2024

Brasil

Ministro da Educação pede exoneração do cargo nesta segunda-feira

POR Thaynara Morais | 28/03/2022
Ministro da Educação pede exoneração do cargo nesta segunda-feira

Redação Jornal Somos

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Nesta segunda-feira (28), em edição extra do “Diário Oficial da União”, o governo anunciou a saída de Milton Ribeiro do cargo de ministro da Educação. Este é o quarto ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro a deixar o posto.

 

O pastor presbiteriano e professor estava desde julho de 2021 no comando do MEC e pediu exoneração nesta segunda após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro.

 

O blog de Valdo Cruz havia informado pela manhã, que antes da reunião, Bolsonaro já tinha convencido por aliados a remover o ministro em virtude do desgaste político para o governo em ano eleitoral.

 

A saída do ex-ministro da Educação ocorreu uma semana após a revelação feita pelo jornal “Folha de S.Paulo” de uma gravação em que o ministro diz repassar verbas do ministério para municípios indicados por dois pastores a pedido de Bolsonaro.

 

Os pastores citados no áudio são Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb), e Arilton Moura, ligado à Assembleia de Deus.

 

Ambos não possuem cargo no governo, no entanto nos últimos anos participaram de várias reuniões com autoridades e tiveram encontros com Bolsonaro.

 

Milton Ribeiro afirmou que Bolsonaro não pediu atendimento preferencial aos pedidos dos pastores e negou favorecimento aos religiosos.

 

O jornal “O Estado de S. Paulo” já havia publicado na semana passada reportagem informando sobre a existência de um “gabinete paralelo” integrado por pastores no Ministério da Educação, com controle da agenda e da verba da pasta.

 

De acordo com a reportagem Gilmar Santos e Arilton Moura possuem trânsito livre no ministério e atuam como lobistas.

 

No Congresso, parlamentares disseram que a gravação indica favorecimento indevido aos pastores com verbas do Ministério da Educação. Também cobraram esclarecimentos os integrantes da Frente Parlamentar Evangélica.

 

A ministra Cármem Lúcia do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquérito para investigar o ministro a pedido da Procuradoria-Geral da República.

 

A Polícia Federal abriu outro inquérito para apurar supostos repasses irregulares de verbas pelo Ministério da Educação.

 

No Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apontou ao STF possíveis crimes de responsabilidade no episódio e pediu o afastamento imediato do ministro.

 

Oposicionistas queriam a convocação de Ribeiro para prestar esclarecimentos aos senadores em requerimentos apresentados na Comissão de Educação do Senado. A comissão acabou aprovando um convite, porém isso não torna o comparecimento obrigatório.

 

 

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