sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O Ministério da Saúde alterou sua orientação para a aplicação das vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Anteriormente, uma reserva dos quantitativos de doses estava sendo realizada para garantir a segunda aplicação. Agora, o determinado é que os estados e municípios utilizem de imediato todos os imunizantes já distribuídos pelo governo federal. O objetivo desta modificação é fazer com que a imunidade contra a doença atinja mais brasileiros.
“Com a liberação para aplicação de imediato de todo o estoque de vacinas guardadas nas secretarias municipais, vamos conseguir dobrar a aplicação esta semana, imunizando uma grande quantidade da população brasileira, salvando e protegendo mais vidas”, explicou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por meio de nota.
A nova estratégia não irá comprometer a vacinação completa das pessoas, segundo informado pela pasta, uma vez que o Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), à frente do imunizante Oxford/AstraZeneca, afirmaram que irão acelerar a produção nacional de doses devido à importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) – matéria-prima principal utilizada na fabricação.
A partir desta perspectiva de aumento na produção, e com o intervalo de aplicação da CoronaVac de 14 a 28 dias e da Oxford/AstraZeneca de 3 meses, a pasta assegura a possibilidade da utilização imediata de todas as vacinas já presentes em território brasileiro. “A medida vinha sendo estudada há cerca de duas semanas, e foi atendida após garantia da segurança das entregas por parte dos fornecedores, garantindo assim a estabilização das distribuições aos estados por parte do Ministério”, informaram na nota.
Análise dos especialistas
A infectologista do Hospital de Águas Claras, Ana Helena Germóglio, avalia positivamente a decisão do Ministério. Para ela, “a ampliação da vacina é uma forma de reduzir o aparecimento de novas variantes e evita que as pessoas fiquem doentes, desafogando o sistema de saúde, que não terá de lidar com pacientes com uma forma grave da Covid-19”.
Mesmo concordando com a medida, a infectologista alerta para o dever da União em intensificar os acordos de importação de imunizantes, de forma a assegurar a fabricação de vacinas no país. “Isso não só para garantir as vacinas que serão aplicadas como segunda dose, mas para vacinar a maior parte possível da população no menor tempo plausível. Quanto mais pessoas a gente tiver vacinadas, independentemente da idade, teremos menos vírus circulando. A vacinação é um ato coletivo”, defendeu.
Por outro lado, o médico infectologista Julival Ribeiro, integrante da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), destaca que o governo federal está demonstrando dificuldades na finalização das compras de imunizantes, o que torna difícil crer que haverá vacinas suficientes para atender todos com as duas doses necessárias.
“Apesar da gravidade do momento, não concordo com essa atitude. Meu medo é que as pessoas recebam a primeira dose e, quando chegar a data de aplicação da segunda dose, não haja vacina disponível para completar o cronograma. A quantidade de doses que temos atualmente diminui a cada dia. Diante da falta de planejamento do governo, quem garante que teremos segunda dose?”, pontua Julival.
(Com informações do Correio Braziliense)
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