sábado, 20 de abril de 2024

Brasil

Milton Ribeiro nega o que disse em gravação, mas pode ter que responder em juízo

POR Lu Soares | 23/03/2022
Milton Ribeiro nega o que disse em gravação, mas pode ter que responder em juízo

Foto: Valdenio Vieira/PR

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Um áudio de uma reunião no Ministério da Educação e Cultura (MEC) com prefeitos, lideranças do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) e pastores evangélicos, obtido pelo jornal “Folha de São Paulo” e divulgado à imprensa na última segunda-feira (21), revelou uma suposta fala em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, diz que à pedido do presidente Jair Bolsonaro, repassa verbas a municípios indicados por pastores.

 

 

Os religiosos citados são: Gilmar Santos e Arilton Moura que, mesmo sem cargo no governo, têm trânsito livre em gabinetes de altas autoridades em Brasília.

 

 

Em nota divulgada na tarde de ontem (22/03), o ministro negou favorecimento a pastores e disse que não recebeu de Bolsonaro pedidos de atendimento especial na distribuição de verbas. Segundo interlocutores no Palácio do Planalto, o escândalo não trará consequências graves a Milton Ribeiro já que o presidente Bolsonaro vê o ministro, que também é pastor, fortalecido pelo episódio pois comprova seu empenho em atender a base evangélica.

 

 

Já existe, porém, uma pressão em torno do ministro exercida por parlamentares de vários partidos que manifestaram indignação com o conteúdo do áudio que indica essa influência dos pastores dentro do ministério.

 

 

Ainda nesta terça-feira (22), após a nota divulgada pelo MEC afirmar que “a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)”, surgiram mais alguns desdobramentosdo caso, inclusive com denúncias de prefeitos como Gilberto Braga (PSDB) do município de Luís Domingues (MA). O prefeito afirma que o pastor Arilton Moura exigiu 15 mil reais antecipados e 1Kg de ouro para protocolar demandas do município junto ao MEC. O prefeito de Ijaci (MG), Fabiano Moreti, relata que só foi recebido no ministério após a intervenção dos religiosos.

 

 

De acordo com uma reportagem em desdobramento do assunto publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, ao menos 48 municípios foram contemplados com verbas do MEC após encontros com pastores desde o início do ano passado – 26 deles obtiveram repasses do FNDE, enquanto o restante recebeu dinheiro de emendas do orçamento secreto.

 

 

Parlamentares de oposição já se articularam para acionar a Procuradoria-Geral da República e o Tribunal de Contas da União. Além disso, parte deles, decidiu entrar com uma notícia-crime contra o ministro Milton Ribeiro e o Presidente Bolsonaro.

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