sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Brasil

Medicamento brasileiro pode regenerar medula espinhal e desperta atenção mundial

POR Marcos Paulo dos Santos | 12/09/2025
Medicamento brasileiro pode regenerar medula espinhal e desperta atenção mundial

foto: reprodução

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Um avanço científico desenvolvido no Brasil está movimentando a comunidade médica internacional. Trata-se da polilaminina, medicamento criado ao longo de 25 anos por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o laboratório Cristália. Derivada de uma proteína extraída da placenta humana, a substância mostrou potencial para regenerar a medula espinhal em pacientes com lesões graves.

 

Os primeiros testes, realizados em animais e em oito voluntários humanos, indicam que a polilaminina pode estimular neurônios maduros a rejuvenescer e a criar novos axônios, responsáveis pela condução dos impulsos nervosos. A aplicação é feita diretamente na coluna vertebral, e os resultados iniciais chamam atenção.

 

Um dos casos mais marcantes é o da atleta paralímpica Hawanna Cruz Ribeiro, de 27 anos, que ficou tetraplégica em 2017 após uma queda. Depois do tratamento experimental, ela relata ter recuperado até 70% do controle do tronco e parte da sensibilidade de órgãos internos. Outro exemplo é o do administrador Bruno Drummond de Freitas, de 31 anos, que após um acidente de trânsito voltou a praticar esportes em cinco meses e hoje leva vida normal.

 

Em experimentos com cães e ratos, a substância também apresentou capacidade de regeneração da medula. A produção já ocorre na planta de biotecnologia do Cristália, com uso de placentas doadas por gestantes saudáveis.

 

Segundo o fundador do laboratório, Ogari Pacheco, a descoberta representa “um dia histórico para o mundo”, embora os resultados variem conforme o tempo da lesão. Hospitais como o Hospital das Clínicas e a Santa Casa de São Paulo já se preparam para aplicar o tratamento assim que houver autorização da Anvisa. A prioridade inicial será para pacientes com lesões recentes, de até três meses.

 

Apesar do otimismo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária reforça que o medicamento ainda não tem liberação para uso clínico. A Anvisa exige dados complementares dos estudos pré-clínicos antes de autorizar testes em larga escala. “Os resultados são promissores, mas a ciência exige cautela”, afirmou a agência em nota.

 

O laboratório aguarda há quase três anos a liberação dos estudos clínicos. Caso a eficácia seja confirmada, a polilaminina poderá colocar o Brasil na liderança de um dos maiores avanços da neurociência moderna.

 

 

Com informações de Jornal Opção. 

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