quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Maternidade: como o Brasil afeta essa escolha?

POR | 19/10/2018

ONU afirma que nenhum país garante integralmente os direitos sexuais e reprodutivos da mulher.

Maternidade: como o Brasil afeta essa escolha?

Redação Jornal Somos

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Os direitos reprodutivos são uma parte dos direitos humanos que defendem a autonomia de homens e mulheres sobre sua decisão de ter filhos ou não, como e quando quiserem. De acordo com a ONU, nenhum país consegue garantir completamente esses direitos às mulheres. Há uma grande diferença entre o número de filhos desejados e número dos tidos. Essa diferença é sustentada pelo contexto social no qual as famílias estão inseridas.

 

 

No Brasil, de modo geral, a taxa de fecundidade vem caindo, de acordo com a ONU. Mas quando se analisa a sociedade pelas diferenças de escolaridade e renda as diferenças são mais notáveis. Mulheres com alta renda e uma carreira profissional estável costumam ter menos filhos que aquelas de baixa renda, pouco estudo e poucas oportunidades. Há uma forte influência das faltas do Estado e da sociedade em si nesse índice.

 

 

A falta de informação adequada e acessível a todos sobre o assunto faz com que casais de baixa renda passem por gestações indesejadas, baseadas no desconhecimento de métodos contraceptivos eficazes. Além disso, em muitos casos, a responsabilidade de prevenir uma gravidez recai apenas sobre a mulher. Assim, mulheres com baixa escolaridade, que geralmente não conhecem seus direitos acabam cedendo a vontade e negligência do parceiro.

 

 

Além desses fatores, a criminalização do aborto ainda é um peso. Uma gravidez indesejada traz problemas graves para os pais e para os filhos. Algumas famílias não têm recursos suficientes, e nem acesso aos direitos básicos de saúde e alimentação o que causa a morte de muitas crianças. A negligência do governo com as famílias mais pobres impede que seus filhos tenham acesso a oportunidades justas de educação e emprego, o que acaba influenciando-os a buscar caminhos fora da lei, por isso vivemos em um país violento.

 

 

Dessa forma, é necessário que haja políticas que amparem cada situação e suas peculiaridades. Inicialmente nas escolas, oferecendo uma educação pública de qualidade e aliada à educação sexual adequada a idade. Depois, garantir a todos o acesso e o conhecimento de métodos contraceptivos, além de um sistema de saúde que ampare as famílias mais necessitadas durante as gestações.

 

 

Também é importante que o país ofereça um suporte para que os pais possam equilibrar a vida profissional e a vida familiar. E acima de tudo, permitir que as mulheres conheçam seus direitos sexuais e reprodutivos, para que possam lutar por eles. É preciso criar para elas um ambiente seguro para que possam fazer suas escolhas e exigir que os homens respeitem todas as suas ambições como mães e trabalhadoras.

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