sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mais de 100 mil crianças morreram nos últimos 10 anos no Brasil vítimas de agressão

POR Ana Carolina Morais | 30/06/2021
Mais de 100 mil crianças morreram nos últimos 10 anos no Brasil vítimas de agressão

Foto by Pixabay on Pexels

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Casos emblemáticos como os da Isabela Nardoni e do Henry Borel representam uma pequena parcela da realidade existente no Brasil. De acordo com uma pesquisa efetuada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 103.149 crianças e adolescentes morreram no país, vítimas de agressão, nos últimos 10 anos, sendo 2 mil destes casos fatais, entre 2010 e agosto de 2020, contra crianças com menos de 4 anos de idade. Apesar do índice estarrecedor, os números tendem a ser superiores devido às subnotificações.

 

 

“Esses números são subnotificados, eles são muito maiores. Isso já acontece por muito tempo com o aumento progressivo a cada ano que passa. Cerca de 83% dos casos, de 0 a 9 anos, são pai e mãe os principais agressores, também avós, tios, parentes próximos. A maior parte, cerca de 70%, é na própria residência”, explicou o médico Marco Antônio Chaves Gama, presidente do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

 

 

Dados da Fundação Abrinq, organização sem fins lucrativos que trabalha em defesa de crianças e adolescentes, apontam que, no ano de 2020, uma em cada quatro denúncias no território brasileiro era a respeito de violência contra menores de 18 anos. Ao todo, foram 95,2 mil denúncias, formando uma média de 261 queixas diárias e 11 notificações por hora.

 

 

Uma das grandes ferramentas de combate e percepção destes casos são os profissionais das escolas, que podem notar alterações de comportamento e auxiliar no resgate dessas crianças violentadas. “O comportamento da criança muda. Fica retraída e não tem vontade de brincar com outros colegas. Nessa situação, a escola, por meio da equipe de educadores, é fundamental para identificar os primeiros sinais de violência em casa”, informou Cláudia Maria de Jesus, conselheira tutelar da unidade de Samambaia Norte II (DF).

 

 

O Código Penal prevê pena de detenção de dois meses a um ano ou multa em situações de agressões contra menores e reclusão de quatro a doze anos se a ação for de lesão corporal grave. Causar lesões, ferimentos, fraturas, mordidas, queimaduras, hemorragias, escoriações, traumatismos, lacerações, arranhões, inchaços, hematomas, mutilações, e desnutrição são algumas das ações que configuram agressão.

 

 

(Com informações do Correio Braziliense)

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