sábado, 12 de julho de 2025
Foto: Reprodução Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a adotar um tom crítico em relação aos Estados Unidos, após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros. A medida, divulgada por Trump em carta pública, gerou reação do governo brasileiro, que agora ameaça acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e aplicar a chamada “Lei da Reciprocidade Econômica”.
Em entrevista à TV Record, gravada no Palácio da Alvorada, Lula afirmou que vai tentar reverter o que classificou como um “tarifaço” imposto pelos EUA. “Nem verdadeira a carta é no que diz respeito à questão comercial”, disse o presidente brasileiro, colocando em dúvida as alegações de Trump.
Apesar de o Brasil manter há décadas uma relação de respeito com os Estados Unidos, Lula optou por adotar uma postura mais dura, alegando que o país é pacífico e aberto ao diálogo, mas que “exige respeito”. “O Brasil é um país que não tem contencioso com ninguém, aqui tudo se resolve numa conversa”, declarou.
Lula ainda tentou desqualificar o presidente norte-americano ao afirmar que Trump teria “desconhecimento sobre o Brasil” e comparou o republicano ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “Se o Trump conhecesse um pouco do Brasil, teria mais respeito”, disparou. Em seguida, fez uma analogia polêmica entre a invasão ao Capitólio, em 2021, e os atos ocorridos na Praça dos Três Poderes, em 2023. “Se o Trump fizesse no Brasil o que fez no Capitólio, estaria sendo processado como o Bolsonaro”, declarou.
A fala reforça o tom hostil adotado por Lula diante de governos de direita e sinaliza a possibilidade de o Brasil tomar medidas de retaliação, caso o governo norte-americano mantenha as novas tarifas. “Vamos tentar de todas as maneiras negociar, conversar com os americanos e com a OMC. Mas, se não tiver outra alternativa, vamos aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica”, afirmou.
Durante a entrevista, Lula também abordou outros temas, como o aumento do IOF, medida criticada por setores produtivos, e comentou o relacionamento com ex-presidentes dos EUA. “Eu me dei bem com todos os presidentes dos Estados Unidos”, disse, em tom mais conciliador.
*Com informações Mais Goiás
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.
Advogado expõe ponto de vista sobre decisão de Donald Trump em taxar importações brasileiras