domingo, 23 de fevereiro de 2025

Brasil

Justiça condena Pablo Marçal e o torna inelegível por 8 anos

POR Marcos Paulo dos Santos | 22/02/2025
Justiça condena Pablo Marçal e o torna inelegível por 8 anos

Foto: Maria Isabel Oliveira/O Globo

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A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou o ex-candidato à prefeitura da capital paulista, Pablo Marçal (PRTB), por abuso de poder político e econômico, tornando-o inelegível por oito anos a partir de 2024. A decisão foi assinada nesta sexta-feira (21) pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, que acolheu parcialmente ações movidas pela campanha de Guilherme Boulos (PSOL) e pelo PSB, partido de Tabata Amaral.

 

A condenação decorre da oferta de Marçal para gravar vídeos de apoio a candidatos "de direita" em troca de transferências via Pix de R$ 5.000, publicada em suas redes sociais em setembro de 2023. O juiz considerou que essa prática representou a venda de prestígio em troca de dinheiro, o que configurou abuso de poder econômico. Além disso, o fato de Marçal ter sido escolhido em convenção partidária contribuiu para o entendimento de abuso de poder político.

 

Na decisão, Zorz destacou que a prática "configura conduta altamente reprovável e violadora do princípio da legitimidade das eleições", classificando a fala do candidato como "fraude" por descontextualizar fatos e afetar a integridade do processo eleitoral.

 

Em sua defesa, Marçal afirmou que gravou milhares de vídeos de apoio sem receber dinheiro de forma indevida e que os valores transferidos foram estornados posteriormente. Seu advogado, Paulo Hamilton, argumentou que não houve ilegalidade, mas os argumentos não foram aceitos pelo juiz.

 

O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, declarou confiar na reversão da decisão pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), alegando que Marçal é alvo de perseguição política.

 

Além desse caso, o ex-candidato enfrenta outros três processos na Justiça Eleitoral, relacionados a "campeonatos de cortes de vídeos" promovidos durante sua campanha, em que oferecia prêmios para os vídeos com mais visualizações. Essa prática levou à suspensão de suas contas nas redes sociais até o fim do primeiro turno.

 

Marçal, que tem se apresentado como pré-candidato à Presidência em 2026, afirmou continuar acreditando na justiça e que pretende recorrer da decisão.

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