sexta-feira, 26 de abril de 2024

Brasil

Investimento em educação cai 56% em quatro anos, no Brasil

POR Jornal Somos | 02/05/2019
Investimento em educação cai 56% em quatro anos, no Brasil
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O investimento em educação no Brasil caiu 56% nos últimos quatro anos. Entre 2014 e 2018, diminuiu de R$ 11,3 bilhões para R$ 4,9 bilhões. A projeção da Lei Orçamentária deste ano é que o valor seja ainda menor e fique em R$ 4,2 bilhões.

 

A situação orçamentária da pasta é delicada. Nesta semana, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que cortará em 30% os recursos de todas as universidades federais do país. Ao jornal O Estado de S. Paulo, havia dito mais cedo que o MEC havia bloqueado 30% dos recursos de três universidades federais, UnB (Universidade de Brasília), UFBA (Universidade Federal da Bahia) e UFF (Universidade Federal Fluminense).

 

A informação sobre a redução no investimento consta em um informativo técnico da Câmara dos Deputados. O estudo identificou que caiu o valor gasto nos três níveis de ensino: básico, técnico e superior. O levantamento foi feito com base nos orçamentos efetivamente realizados entre 2014 e 2018 e corrigidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

 

O dinheiro não é o único problema da pasta. Weintraub assumiu o MEC após o ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez causar instabilidade no órgão com trocas de cargos de chefia. Outra crítica à condução de Vélez se deu a uma série de polêmicas: desde a orientação para escolas filmarem alunos cantando o hino até revisão de livro didáticos.

 

Programas-chaves ficaram parados. Como um todo, o orçamento da pasta dirigida por Weintraub teve redução de 11,7% entre 2014 e 2018: de R$ 117,3 bilhões para R$ 103,5 bilhões. Ensino superior, educação básica e ensino profissional sofreram maior redução. Confira:

 

  • Ensino Superior

2014 - R$ 39,2 bilhões

2018 - R$ 33,4 bilhões

Queda de: 15%

 

  • Educação Básica

2014 - R$ 36,2 bilhões

2018 - R$ 29,3 bilhões

Queda de: 19%

 

  • Ensino Profissional

2014 - R$ 16,4 bilhões

2018 - R$ 11,9 bilhões

Queda de: 27%

 

MEC anuncia que vai avaliar alfabetização das crianças por amostra

 

O ministro da Educação, Abraham Weitraub, anunciou que a alfabetização das crianças será avaliada por meio de amostra este ano. O exame havia sido cancelado completamente pela gestão do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez, como o jornal O Estado de S. Paulo revelou. Depois de intensa repercussão negativa, já que a alfabetização é considerada etapa crucial para o desenvolvimento escolar do aluno, a gestão de Jair Bolsonaro voltou atrás.

 

Até a última prova, feita em 2016, os exames de leitura, escrita e matemática tinham sido feitos para todas as crianças do 3º ano do ensino fundamental. Agora, haverá uma amostra de escolas públicas e privadas e o ano avaliado será o 2º, ou seja, crianças de 7 anos e não mais de 8. Essa última mudança já havia sido pedida pelo governo anterior, de Michel Temer. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estipula que as crianças devem estar alfabetizadas até o fim do 2º ano.

 

A última avaliação de alfabetização no País mostrou que mais de 50% das crianças não tinham desempenho considerado suficiente em leitura e escrita. O MEC vai manter da mesma forma que sempre foram feitas as avaliações para os estudantes do fim dos ciclos do ensino fundamental, ou seja, 5º ano e 9º ano, e do ensino médio, no 3º ano. Serão provas para todos os alunos, de Português e Matemática. Uma amostra dos estudantes do 9º ano fará ainda provas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas pela primeira vez.

 

As provas fazem parte do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que existe desde os anos 90 no Brasil e aplica testes de Português e Matemática. São a partir dos resultados do Saeb que o MEC calcula o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que se tornou o grande indicador de qualidade do ensino no País.

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