quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A ocorrência de inferências políticas na CBF (Confederação Brasileira de Futebol), como a possibilidade de alteração no comando da Seleção Brasileira visando agradar o governo federal, é passível de punição pela Fifa e pode fazer com que o Brasil saia da competição da Copa do Mundo.
O episódio que chama a atenção e liga um alerta para um possível enquadramento do país nessa consequência é a promessa de Rogério Caboclo, presidente da CBF, de trocar Tite por Renato Gaúcho, devido à insatisfação do atual treinador da seleção com a realização da Copa América em território brasileiro.
Além disso, há também uma fala do vice-presidente Hamilton Mourão realizada nesta segunda-feira (7), onde, sem citar o nome de Tite, disse que se o treinador “não quer mais’, pode “pedir o boné”, porque “o Cuiabá (time recém-chegado à primeira divisão) está precisando de um técnico”.
O assunto de intervenção é tratado nos artigos 14 e 19 do Estatuto da Fifa, que dispõe sobre a independência e autonomia das federações nacionais na tomada de decisões, sem qualquer interferência externa, seja ela do governo federal ou do presidente da República.
O descumprimento desses regramentos e de todos os outros do Estatuto da Fifa pode gerar a expulsão da federação. Casos de intervenções em seleções, inclusive, já foram punidos anteriormente pela Fifa. Entretanto, isso só ocorre quando é possível comprovar, de fato, a interferência. Ou seja, o presidente da CBF possui autonomia para demitir o treinador conforme achar melhor, mesmo que seja para agradar à terceiros, mas esse ato não pode ser fruto de uma intervenção externa.
A punição aos que violarem esse regramento, conforme estabelecido pela Fifa, é de “uma multa apropriada de pelo menos 10 mil CHF (moeda oficial da Suíça, que equivale a R$ 56, 13 mil), bem como a proibição de participar de qualquer atividade relacionada ao futebol por um máximo de dois anos”.
Seleção decide disputar Copa América
Os jogadores da seleção brasileira optaram por disputar a Copa América, mesmo com algumas insatisfações quanto à realização do evento no Brasil. A decisão deverá ser informada junto à um manifesto com críticas ao formato de organização do campeonato em meio à pandemia do novo coronavírus – o que deverá acontecer após a partida contra o Paraguai nesta terça-feira (8) pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Um possível boicote à participação na Copa América era discutido pelos jogadores da seleção desde a última segunda-feira, quando o território brasileiro foi anunciado como sede do evento após a Colômbia e a Argentina se recusarem a receber o torneio motivadas por protestos e pela pandemia.
(Com informações do Metrópoles, do Goal, do G1 e do Globo Esporte)
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