quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está monitorando 348 casos prováveis da hepatite aguda, chamada de hepatite misteriosa, que afeta principalmente as crianças. Dentre esses casos suspeitos, 44 são do Brasil, espalhados em nove estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul). Desses, três foram descartados e os demais permanecem em monitoramento.
A primeira identificação dessa doença foi feita no mês passado no Reino Unido. Entre os sintomas estão a náusea, vômito, icterícia (pele e olhos amarelados), febre, dor abdominal, dores musculares e outros. Atualmente, as hipóteses apontadas pelos estudos para o surgimento da hepatite misteriosa estão sob um possível vínculo com o adenovírus e a infecção por Covid-19.
“Na última semana ocorreram alguns avanços importantes com as pesquisas adicionais e alguns refinamentos das hipóteses de trabalho (...) Atualmente, as principais hipóteses são as que envolvem o adenovírus, e também continua sendo importante o papel da Covid”, explicou Philippa Easterbrook, do programa mundial da OMS sobre a hepatite.
O alerta sobre esses casos, segundo a OMS e o Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC), ocorre porque os vírus comuns da hepatite não foram localizados em nenhum dos casos registrados, até então, da hepatite misteriosa – que foi qualificada como inflamação hepática grave como hepatite aguda de origem desconhecida entre crianças pequenas.
A distribuição dos casos no Brasil é a seguinte: 14 ocorrências em São Paulo; 6 no Rio de Janeiro; 7 em Minas Gerais; 3 em Santa Catarina; 3 em Pernambuco; 3 em Rio Grande do Sul; 2 no Mato Grosso do Sul; 2 no Paraná; e 1 no Espírito Santo. Na última sexta-feira (13), o Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para monitorar casos de hepatite aguda infantil de origem desconhecida. Segundo a pasta, a proposta é apoiar a investigação de casos da doença notificados em todo Brasil, além de levantar evidências para identificar possíveis causas para a enfermidade. A sala vai funcionar todos os dias da semana e conta com a participação de técnicos da pasta, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e de especialistas convidados.
Além de monitoramento, a sala vai padronizar informações e orientar os fluxos de notificação e investigação dos casos para todas as secretarias estaduais e municipais de saúde, bem como para os laboratórios centrais e de referência de saúde pública. "O objetivo também é contribuir para o esforço internacional na busca de identificação do agente etiológico responsável pela ocorrência da hepatite aguda de causa ainda desconhecida", informou o ministério.
No último dia 10, a pasta participou de reunião com um grupo de especialista junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) e representantes de oito países (Reino Unido, Espanha, Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Colômbia e Argentina) nas áreas técnicas de emergências em saúde pública, infectologia, pediatria e epidemiologia, para discutir evidências disponíveis até o momento.
Sintomas
De acordo com a Opas, braço da OMS nas Américas e no Caribe, os pacientes com hepatite aguda apresentaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia, vômitos e icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas). Não houve registro de febre.
O tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações de tratamento devem ser aprimoradas assim que a origem da infecção for determinada.
Os pais devem ficar atentos a sintomas como diarreia ou vômito e a sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente.
O detalhamento dos sintomas da doença pode ser encontrado no site da Opas.
Além da origem desconhecida, a doença traz sérias consequências para os pacientes, como a necessidade de se realizar um transplante de fígado, uma vez que a síndrome gera inflamação abrupta no fígado com enzimas hepáticas acentuadamente altas.
(Com informações do O Globo, g1, Metrópoles e Agência Brasil)
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