terça-feira, 16 de abril de 2024

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Governador de São Paulo nega culpa da PM nas mortes em Paraisópolis

POR Jornal Somos | 02/12/2019
Governador de São Paulo nega culpa da PM nas mortes em Paraisópolis

Guilherme Rodrigues/Myphoto Press/Estadão Conteúdo

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Na madrugada deste domingo (1º), ação da Polícia Militar que terminou com nove jovens mortos na favela de Paraisópolis, na zona sul da cidade de São Paulo, deixou os moradores chocados, mas não chegou a ser uma surpresa. Conforme relatos de mais de uma dezena de moradores ouvidos pela Ponte, as mortes ocorreram após um mês em que policiais militares fizeram ameaças diárias aos habitantes da favela, por conta da morte do sargento da PM Ronald Ruas Silva, ocorrida em 1º de novembro de 2019.

 

Vídeos publicados por moradores de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo tem causado revolta por todo o país. Nos vídeos são mostrados Policiais Militares (PMs) encurralando e agredindo jovens em viela estreita. Um morador da favela, em entrevista à TV Globo, disse que além de agredir os frequentadores do baile funk, a PM impediu moradores de prestar auxílios a pessoas que fugiam da ação policial. "Não houve ação da polícia nem utilização de arma [de fogo] nem em relação a invadir a área onde o baile estava acontecendo, tanto é fato que o baile continuou. Não deveria sequer ter ocorrido. Ele é ilegal, fere a legislação municipal. Tanto é fato que prosseguiu."

 

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), negou que as nove mortes tenham sido causadas pela ação da Polícia Militar. Em entrevista concedida hoje, ele disse que a letalidade não foi provocada pela PM e que não houve invasão ao baile funk. No entanto, ele destaca que pode reavaliar e rever pontos específicos e penalizar quem cometeu erros.

 

De acordo com versão apresentada pela polícia, os PMs reagiram ao ataque de dois criminosos que estavam em uma moto atirando. No entanto os frequentadores do baile negam que tenha ocorrido tiroteio e afirmam ainda que os policiais militares entraram na favela com o objetivo de fazer a dispersão em virtude do barulho, não porque havia criminosos fugindo em meio aos jovens.

 

Segundo o governador, que prestou solidariedade às famílias dos jovens mortos, a Polícia Militar vai agir de acordo com o protocolo de segurança pública. "O que houve foi uma medida comandada por dois bandidos em uma motocicleta, sendo que um atirou contra policiais. Não houve nenhum tiro de policiais em qualquer momento. O comportamento, atitude, posicionamento da Polícia Militar continuará dentro do protocolo, dentro dos programas de segurança pública estabelecidos desde o começo da nossa gestão. O que não nos desobriga de reavaliar e rever pontos específicos, onde falhas possam ter acontecido e penalizar, se as circunstâncias assim determinarem, quem cometeu erros."

 

O comandante geral da PM, Coronel Salles afirmou que os policiais não estão afastados e sim “preservados”. "Os policiais não estão afastados, estão preservados. Temos que concluir o inquérito. Não haverá como condená-los antes do devido processo legal. Seguirão em serviços administrativos, no horário deles, fazendo outras coisas", disse.

 

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