quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A nova gestão presidencial dá indícios de que não aceitará as tentativas da General Motors de demandar incentivos tributários ou qualquer outro tipo de apoio federal para manter operações no Brasil. Em reunião com o alto escalão da montadora, Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia disse que se a fábrica precisar fechar, vai fechar.
O vice-presidente de Relações Governamentais da GM no Brasil, Marcos Munhoz, explicou que a chefia da montadora nos Estados Unidos acredita que as fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo, são praticamente inviáveis por causa dos altos custos. Ele enfatizou que a PLR (participação nos lucros e resultados) chega a R$ 20 mil em São Paulo, enquanto não passa de R$ 7 mil em Gravataí (RS).
A declaração do secretário Costa gerou mal estar na reunião, pois as fábricas da GM em São Paulo empregam mais de 13 mil pessoas. A montadora não apresentou na reunião nenhuma demanda específica ao governo federal. A GM ameaça deixar a América do Sul caso não rentabilize suas fábricas na região, principalmente São Paulo. O presidente da montadora no Mercosul, Carlos Zalenga, diz que a GM Brasil teve prejuízo de 2016 a 2018 e que 2019 seria um ano decisivo.
A presidente global da companhia, Mary Barra, admitiu à imprensa norte-americana a possibilidade de deixar a América do Sul. Dias depois a GM apresentou aos sindicatos uma pauta de negociações sobre os direitos trabalhistas para que a empresa continue no Brasil.
O secretário da fazenda, Henrique Meirelles analisa a possibilidade de socorrer a GM antecipando o crédito de ICMS. O presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
Técnicos do governo federal não confiam nas reclamações da GM, pois quando a companhia enfrentou uma crise nos Estados Unidos entre 2008 e 2012 foram as operações da América do Sul que seguraram os resultados.
Após o encontro com a GM, Costa disse em reunião com representantes do setor produtivo que havia três temas proibidos no governo: subsídios, proteção e mais gasto público.
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