sábado, 20 de abril de 2024

Brasil

Funcionários da Petrobrás suspendem greve após dois dias

POR Jornal Somos | 27/11/2019
Funcionários da Petrobrás suspendem greve após dois dias

Foto: Germano Lüders/EXAME

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Os empregados da Petrobras, após dois dias de greve, decidiram suspender a paralisação na manhã de hoje (27). A intenção era permanecer em greve até sexta-feira (29), no entanto a categoria se viu obrigada a repensar a estratégia diante da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de bloquear contas e suspender o repasse de mensalidades pagas pelos funcionários da estatal para sustentar a ação dos sindicatos.

 

A discussão pela permanência ou suspensão da paralisação entre a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e mais 11 sindicatos associados, durou por toda a noite de terça-feira (26). Na manhã de hoje (27), a federação informou o fim da greve por meio da assessoria de imprensa.

 

O protesto foi contra medidas da gestão da empresa, que consideram descumprimento do acordo coletivo, como demissões em massa decorrentes do programa de demissão voluntária e privatização de subsidiárias, insegurança nas plataformas por conta da redução das equipes e também o alinhamento dos preços dos combustíveis ao mercado internacional e dólar.

 

“As decisões do TST reforçaram o potencial dos petroleiros, que se mobilizaram e garantiram o abastecimento dos combustíveis, que foram para as ruas em ações sociais. Nossa mobilização mostrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, desconhece a legislação brasileira que dá direito de greve a todos os trabalhadores do País e desconhece a real situação da Petrobras, que vem sofrendo com corte de pessoal e com a venda de ativos”, afirma, o coordenador da FUP, José Maria Rangel, em nota. Ele faz referência à afirmação do ministro, nos Estados Unidos, de que, se fossem de empresa privada da qual fosse presidente, os grevistas estariam demitidos.

 

De acordo com a entidade sindical, foram envolvidos 26 mil trabalhadores na mobilização. Já a Petrobras, nos dois dias de paralisação, não se manifestou sobre o tamanho da greve e seus efeitos na operação. Toda comunicação partiu exclusivamente pelo TST, em comunicados sobre penalidades definidas caso parcela dos empregados insistissem em se manter de braços cruzados.

 

Desde segunda-feira (25), os petroleiros organizam “ações solidárias”, como doações de sangue nas cidades do Rio de Janeiro, Recife, São Paulo e Curitiba, na tentativa de envolver o maior  número de trabalhadores e mobilizar a sociedade para suas causas.

 

Ontem (26), foram distribuídas mil cestas básicas a demitidos da estatal. E, nesta quarta serão vendidos 200 botijões de gás a baixo custo no município de Campos dos Goytacazes, no Rio, uma das cidades mais marcadas pela atuação da estatal, por conta da Bacia de Campos.

 

A FUP classifica, no comunicado de suspensão da greve, o movimento como positivo, apesar de ter ocorrido em apenas dois dos cinco dias programados. “Além de garantir a produção de petróleo e o abastecimento de combustíveis para a população – compromisso assumido e cumprido pelos trabalhadores do setor de petróleo -, o movimento conseguiu chamar a atenção da sociedade”, diz a nota.

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