terça-feira, 01 de outubro de 2024

Brasil

Força-tarefa da Lava Jato confirma ter sido hackeada

POR Jornal Somos | 10/06/2019
Força-tarefa da Lava Jato confirma ter sido hackeada
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A força-tarefa da Lava Jato divulgou uma extensa nota, em que confirma que as mensagens publicadas no fim da tarde deste domingo pelo site Intercept Brasil são fruto de um ataque de hackers.

Segundo o MPF, não se sabe a extensão do ataque e quanto de seus arquivos foi copiado, mas eles não desmentiram o teor das conversas publicadas pelo Intercept.

 

As reportagens do Intercept não dispuseram os arquivos brutos que, segundo eles, foram fornecidos  por uma fonte anônima. Os trechos publicados pelo site sugerem que houve falta de parcialidade no relacionamento entre Sergio Moro e os procuradores de Curitiba, especialmente em relação ao PT e a Lula.

 

A defesa do ex-presidente Lula também divulgou uma nota, em que afirmam que as mensagens corroboram a tese da defesa, de que houve uma "atuação combinada entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro com o objetivo pré-estabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a liberdade".

 

Divulgação de mensagens

O site "Intercept" divulgou na noite deste domingo (9) trechos de mensagens atribuídas a procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e ao então juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, extraídas do aplicativo Telegram.

 

Os alvos dessas conversas denunciaram recentemente que tiveram seus celulares hackeados ilegalmente, o que é crime. Segundo o "Intercept", Moro orientou ações e cobrou novas operações dos procuradores. Em um dos diálogos, Moro pergunta a Dallagnol, segundo o site: "Não é muito tempo sem operação?". O chefe da força-tarefa concorda: "É, sim".

 

O site também diz que os procuradores da Lava Jato, em conversas num grupo de mensagens do Telegram, trocaram mensagens expressando indignação quando o ex-presidente Lula foi autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski a dar uma entrevista à "Folha de São Paulo".

 

Mensagens atribuídas aos procuradores mostram que eles traçaram estratégias para cassar a autorização por temerem que a entrevista ajudasse a eleger o então candidato do PT, Fernando Haddad.

 

A força-tarefa da Lava Jato divulgou uma nota à noite declarando que seus integrantes foram vítimas de ação criminosa de um hacker. E que esse hacker praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes.

 

Segundo a nota, o hacker invadiu telefones e aplicativos dos procuradores da Lava Jato - e teve acesso à identidade de alguns deles. Ainda segundo a força-tarefa, o autor do ataque obteve cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho. Dentre as informações ilegalmente copiadas, possivelmente estão documentos e dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança dos integrantes da força-tarefa e de suas famílias.

 

A nota afirma ainda que os procuradores mantiveram, ao longo dos últimos cinco anos, discussões em grupos de mensagens, sobre diversos temas, alguns complexos, em paralelo a reuniões pessoais. E que vários dos integrantes da força-tarefa de procuradores são amigos próximos e, nesse ambiente, são comuns desabafos e brincadeiras.

 

A nota afirma que muitas conversas, sem o devido contexto, podem dar margem para interpretações equivocadas.

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