quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O senador eleito, Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, aparece suspeito de estar envolvido em mais esquemas. O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, realizou operação para prender os suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes. Entre os suspeitos estava Adriano Magalhães da Nóbrega.
Adriano é ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e é tido pelo MP-RJ como o “homem-forte” do Escritório do Crime, milícia suspeita de ter encomendado e morte da vereadora. O suspeito não foi encontrado, está foragido. Esta ação da Caego mostrou que a mãe e a esposa de Adriano foram empregadas no gabinete do senador. A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro confirmou a informação. Os registros mostram que as duas trabalharam no gabinete enquanto Flávio Bolsonaro ainda era deputado estadual e foram exoneradas em novembro passado.
A mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, foi uma das servidoras que fizeram repasses para a conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista de Flávio, suspeito de realizar movimentações financeiras atípicas no valor total de R$ 7 milhões em quatro anos. Segundo o relatório do Controle de Atividades Financeiras (Coaf) Raimunda repassou R$ 4,6 mil para a conta de Queiroz. Flávio disse que havia contratado a mãe de Adriano por indicação de Queiroz, e o ex-assessor confirmou a informação.
O advogado de defesa de Queiroz disse em nota que seu cliente conheceu Adriano enquanto era policial militar e ambos serviam no 18º Batalhão da Polícia Militar, por isso a indicação. Após a repercussão das acusações, Flávio Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando ser vítima de uma campanha difamatória com objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro. O atual presidente já defendeu publicamente a ação das milícias, quando ainda era deputado federal, em 2008, afirmou que as milícias ajudam a manter a ordem e a disciplina nas comunidades e que o governo deveria apoiá-las.
As autoridades suspeitam que os funcionários de Flávio participariam de um esquema chamado de “rachadinha”, comum nas Assembleias Legislativas, onde os funcionários devolvem parte de seus salários. O registro do Coaf mostra movimentações entre junho e julho de 2017. Nesse período foram feitos 48 depósitos no valor de 2 mil reais na conta do senador eleito.
Outra movimentação foi a do pagamento de um título bancário no valor de R$ 1 milhão, que o senador informou se tratar de fruto da venda de imóveis. O comprador de um dos imóveis, o ex-jogador de vôlei de praia, Fábio Guerra, veio a público confirmar a versão de Flávio. Ele afirma ter pago R$ 100 mil em dinheiro pela compra de um apartamento na Zona Sul do Rio. Porém a escritura mostra que o senador recebeu R$ 600 mil e mais dois imóveis pela venda deste apartamento, três meses antes das movimentações atípicas entre junho e julho.
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