quinta-feira, 19 de junho de 2025

EUA sinalizam entrada no conflito Irã-Israel e tensão no Oriente Médio atinge novo patamar

POR Marcos Paulo dos Santos | 18/06/2025
EUA sinalizam entrada no conflito Irã-Israel e tensão no Oriente Médio atinge novo patamar

Foto: Youtube

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O clima no Oriente Médio se intensificou nos últimos dias com os crescentes indícios de que os Estados Unidos podem se envolver diretamente no confronto entre Israel e Irã. As movimentações militares e declarações do presidente Donald Trump indicam um possível alinhamento com a ofensiva israelense, o que amplia os temores de uma guerra em larga escala.

 

Após os bombardeios iniciados por Israel contra alvos iranianos na sexta-feira (13/6), os EUA tentaram inicialmente se dissociar da operação, classificando-a como uma ação "unilateral". O secretário de Estado, Marco Rubio, defendeu a diplomacia, e Trump demonstrou apoio às negociações nucleares em andamento com Teerã.

 

No entanto, essa postura se modificou rapidamente. Na terça-feira (17/6), Trump publicou em suas redes sociais uma ameaça direta ao líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, dizendo que ele seria “um alvo fácil”, embora tenha afirmado que “não por enquanto”.

 

A escalada continuou com a saída abrupta de Trump da cúpula do G7, no Canadá, para uma reunião com seu Conselho de Segurança Nacional. Durante o voo no Air Force One, declarou: “Não estou com muita vontade de negociar com o Irã”.

 

A movimentação militar norte-americana reforça os sinais de possível entrada no conflito. O porta-aviões USS Nimitz foi redirecionado do Mar da China Meridional para o Oriente Médio, juntando-se ao USS Carl Vinson e outros navios de guerra no Mar da Arábia. Segundo informações da Aurora Intel, aviões de reabastecimento e caças foram reposicionados em países europeus estratégicos.

 

Trump afirmou nas redes sociais que os EUA têm agora “controle total dos céus do Irã”, ressaltando o poderio militar americano. O vice-presidente J.D. Vance também sugeriu uma ação direta para frear o enriquecimento de urânio iraniano, mencionando a possibilidade de uso das chamadas "destruidoras de bunkers", bombas capazes de atingir instalações subterrâneas como a de Fordo.

 

Autoridades iranianas reagiram com firmeza. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmail Baghaei, classificou qualquer intervenção americana como “receita para guerra total”, embora tenha deixado aberta a possibilidade de uma solução diplomática.

 

Na ONU, o embaixador iraniano Ali Bahreini foi enfático: “Se os EUA se envolverem diretamente ao lado de Israel, responderemos com firmeza, sem hesitação e sem moderação”.

 

O confronto direto entre Irã e Israel já provocou centenas de mortes. Explosões foram registradas em Isfahan, cidade que abriga instalações nucleares iranianas, além de ataques em áreas residenciais nos dois países. Israel afirmou ter eliminado generais e cientistas iranianos ligados ao programa nuclear, enquanto Teerã acusa os israelenses de matar ao menos 224 pessoas, incluindo civis.

 

As negociações nucleares foram suspensas, e o presidente francês Emmanuel Macron fez um apelo pelo retorno ao diálogo, destacando que qualquer tentativa de mudança de regime no Irã pode levar ao caos.

 

Com cerca de 40 mil soldados americanos já posicionados no Oriente Médio — número que chegou a 43 mil durante a crise no Mar Vermelho — os EUA intensificam sua presença militar e mantêm tropas em alerta máximo.

 

Embora Washington continue negando oficialmente qualquer envolvimento direto nos ataques, os sinais enviados ao mundo apontam na direção oposta. Se confirmada a entrada dos EUA no conflito, a guerra entre Irã e Israel pode se transformar em uma crise internacional de proporções devastadoras.

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