quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Segundo o Ministério da Cidadania, a fila de espera do Auxílio Brasil voltou a crescer após ser zerada no início deste ano. Um estudo realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou que 1.050.295 famílias que atendem aos requisitos necessários para receber o benefício não tiveram acesso a ele em fevereiro deste ano, representando um salto em relação a janeiro, quando o número de famílias aguardando era de 434.421.
Para receber o auxílio, é necessário que as famílias atendam às condições do programa e estejam inscritas no Cadastro Único. O governo avalia os elegíveis ao benefício dentro do CadÚnico, sendo assim não é necessário se inscrever. A demanda reprimida, leva em conta o número de inscritos no cadastro que se enquadram para o recebimento.
Em comparação com o segundo semestre de 2021, no entanto, houve uma queda acentuada na fila, que coincide com a inclusão de cerca de 3 milhões de famílias dentro do programa entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, logo após o governo transformar o Bolsa Família em Auxílio Brasil.
Em julho do ano passado houve uma demanda por acesso ao programa, que até então era Bolsa Família, de 2,41 milhões de famílias. Em novembro de 2021 o número saltou para mais de 3,18 milhões, registrando um aumento de 32% em 4 meses.
Em janeiro, por outro lado, o número de famílias aguardando o benefício teve uma queda considerável de 86,4% para 434,2 mil, com a inclusão das 3 milhões de famílias no programa. Em fevereiro houve um salto de 142% no número de famílias sem acesso ao benefício, passando para mais de 1 milhão.
Ainda segundo a CNM, em julho de 2021, mais de 25 milhões de famílias estavam cadastradas no Cadastro Único, sendo que aproximadamente 19,1 milhões atendiam aos requisitos para receber o benefício. Isso mostra que 76% das famílias brasileiras escritas no CadÚnico deveriam estar incluídas no programa. O número de beneficiários, no entanto, era de 16,7 milhões.
Em novembro de 2021, 17,6 milhões de famílias possuíam o perfil para estar no programa social, porém apenas 14,5 milhões recebiam a transferência de renda. Há uma queda de 2,18 milhões de beneficiários em comparação a julho. A demanda reprimida era de quase 3,2 milhões de famílias – acréscimo de 773,5 mil famílias em relação ao mês de julho.
O número de famílias beneficiadas em janeiro passou de 14,5 milhões para 17,5 milhões. De acordo com a CNM, o ideal seria o programa tivesse em janeiro mais de 18 milhões de famílias contempladas para zerar a fila. A demanda reprimida, chegou perto de meio milhão de famílias.
Foram incluídas 556 mil famílias ao Auxílio Brasil em fevereiro, chegando a 18,05 milhões. Porém, ainda segundo a CNM, o ideal seria que o número fosse de 19,1 milhões, ou seja, a demanda reprimida chega a 1,05 milhão de famílias. Com isso, o número de famílias que deveriam estar no programa se igualou ao de julho de 2021.
O estudo
A elaboração do estudo contou com dados do Cecad, uma ferramenta que possibilita a consulta, a seleção e a extração de informações do CadÚnico, e permite conhecer as características socioeconômicas das famílias e das pessoas incluídas no cadastro.
O Cadastro Único é o principal instrumento para a seleção e inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais com o antigo Bolsa Família e atual Auxílio Brasil.
Para o estudo foram utilizados dados de quantidades de famílias e indivíduos inscritos no Cadastro Único que possuem perfil para o benefício social e dos beneficiários efetivos dos dois programas. Cruzando esses dados chegou-se à demanda reprimida, ou seja, famílias que deveriam estar recebendo o benefício por estarem dentro do perfil dos programas, porém não foram incluídas.
Com informações da Agência Brasil
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