quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Um estudo publicado nessa semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demonstrou que mais de 50% das pessoas infectadas pela Covid-19 desenvolvem sequelas posteriores. A ocorrência é chamada de “Covid longa” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi detectada em 50,2% das 646 pessoas acompanhadas pelo estudo durante 14 meses.
Ao todo, foram detectados 23 sintomas diferentes que foram desenvolvidos depois que a infecção pelo novo coronavírus tinha sido finalizada. A principal reclamação, feita por 115 pessoas do estudo (ou seja, 35,6%), foi referente à fadiga, que é o cansaço extremo e dificuldade em fazer atividades rotineiras.
Em seguida, as principais reclamações são quanto a tosse persistente (34,0%), dificuldade para respirar (26,5%), perda do olfato ou paladar (20,1%) e dores de cabeça frequentes (17,3%), com destaque, ainda, de acordo com a Fiocruz Minas, os transtornos como insônia (8%), ansiedade (7,1%) e tontura (5,6%).
Houveram também relatos de sequelas mais graves, como a trombose, diagnosticada em 6,2% da população monitorada. A pesquisa foi publicada na revista Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene.
“Todos os sintomas relatados iniciaram após a infecção aguda e muitos deles persistiram durante os 14 meses (...) Os fatos mais marcantes e que nos surpreenderam foram o número muito alto de pacientes que desenvolveram a Covid longa, e o fato das sequelas terem vindo tanto após as infecções moderadas e graves, mas também as infecções leves. São dados bastante importantes e que precisam ser melhor aprofundados”, afirmou a pesquisadora Rafaella Fortini, da Fiocruz.
Segundo o estudo, os sintomas pós-infecção aparecem em três formatos: grave, moderado e leve. No modo grave, 33,1% tiveram sintomas duradouros, enquanto na forma moderada foram 75,4% e no modo leve foram 59,3%.
“O estudo acende um alerta (...) A própria OMS já se pronunciou em relação a isso e já declarou que a Covid longa é um novo problema de saúde pública a ser enfrentado. Precisamos aprofundar as nossas análises para ter um entendimento mais claro possível para saber como resolver esse problema. E para a população é aquele alerta de que estamos em um novo momento em que precisamos aprender a conviver com a Covid e com as consequências dela. Não podemos deixar de nos preocupar”, destacou a pesquisadora.
(Com informações da CNN Brasil)
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