segunda-feira, 08 de julho de 2024

Brasil

Estereótipo: obrigação ou modelo?

POR Jornal Somos | 11/07/2018
Estereótipo: obrigação ou modelo?

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O estereótipo é um conceito, ideia ou modelo de imagem atribuída às pessoas ou grupos sociais, muitas vezes, de maneira preconceituosa e sem fundamentação teórica. Em resumo, os estereótipos são impressões, pré-conceitos e “rótulos” criados de maneira generalizada e simplificada pelo senso comum. Uma discussão muito recorrente é sobre o famoso “estereótipo da beleza”, ou seja, o modelo padrão incutido na mente das pessoas sobre os aspectos físicos dos indivíduos. Nada mais, nada menos, o “padrão” imposto pela sociedade

 

 A partir do momento em que as mulheres, sendo o principal alvo,  não se encaixam em certos estereótipos propostos pela sociedade, reforçam em seu íntimo o rebaixamento. Com isso, hoje, existem muitos movimentos que ‘quebram’ os padrões e tabus da realidade feminina.

 

A modelo grega de 21 anos, Sophia Hadjipanteli, é um exemplo de fuga desses padrões. Exibindo com orgulho fartas sobrancelhas pretas, diz querer, com isso, questionar e até mesmo alterar os padrões de beleza com o movimento #unibrow (#monocelha). Certa vez, ela acidentalmente tingiu os pelos loiros de preto e decidiu adotar de vez o visual. “Isso ter a ver com o que eu gosto, tenho direito de gostar do meu visual” diz.

Outro exemplo interessante é o movimento criado pela fotógrafa australiana Amy D. Herrmann, "Sob a Pele, somos Mulheres”. Segundo a fotógrafa, o principal objetivo do projeto é dar voz às mulheres que geralmente são estereotipadas. Ela formou um grupo diversificado de 100 mulheres com idades entre 19 a 73 anos em fotos sem retoque. Entre elas, uma sobrevivente de câncer de mama e um casal de lésbicas com seu filho. 

 

Em entrevista ao Jornal Somos, a colunista de moda Thay Sanqueta expressou sua opinião. 

 

"Sempre que vejo ou leio sobre “fora do padrão”, vem na minha mente a pergunta: Fora de qual? Existe sim, um padrão que é mais popular, no qual mais pessoas fazem ou querem fazer parte daquele estereótipo, porém não é o único padrão e nem o sonho de todos. Eu, por exemplo, estou “fora do padrão” (e com louvor) da grande massa. Quero mesmo estar “dentro do padrão”, fazer parte e ser aceita em uma outra tribo que possui outros arquétipos! E até você, que se diz um “SEM PADRÃO”, acredite, você faz parte de um, pois, existem outras pessoas como você. Outra prova é da modelo citada acima, considerada “fora do padrão” , mas, na verdade, ela está por dentro do que está acontecendo, pois, neste momento, há um movimento no mundo da moda que valoriza modelos diferentes, exóticas ou até mesmo consideradas feias. Recentemente, fiz um curso que categorizava a estética (no mais profundo sentido da palavra), com a especialista em construção de marca Larissa Melo. Hoje, posso afirmar que beleza é algo íntimo e profundo de cada indivíduo. Assim, essas lindas modelos estão dentro de um padrão, não sendo necessariamente o que é popular. As pessoas normalmente tendem a gostar mais daquilo que estão próximo a elas, aquilo que elas veem com mais frequência. Imitar é o jeito mais fácil para o cérebro tomar uma decisão, segundo John Berners, no livro “O poder da influência”. Ao longo da minha trajetória, como colunista de moda, vi muita gente insegura e sem o mínimo de auto conhecimento, e isso faz com que muitos tentem ou se sintam mal em não fazer parte da maioria, se tornando escravo ou se frustando por não estar aquele padrão, e isso é triste, viver uma vida de amarguras só para fazer parte de algo que, muitas vezes, nem é o que se acredita! Total sem sentido! Mas cá entre nós, para que serve essa aceitação? Nunca foi um dos meus objetivos ser aceita por todos! Acho que também não deveria ser o de ninguém!"

 

 

Fonte Hypeness / BBC Brasil

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