A medida anunciada na última quarta-feira (9) pelo governo federal, de isentar a tarifa de importação de 400 mil toneladas de arroz para países fora do Mercosul, poderá, realmente, controlar a disparada do preço do grão, segundo análise de especialistas. Essa deliberação do governo surge em meio a alta de 19,2% do alimento para o consumidor.

A dispensa da tarifa, entretanto, deverá apenas conter o crescimento dos preços, e não reduzir o valor cobrado nos mercados. “A isenção da tarifa não vai fazer o preço cair para o consumidor, mas vai servir para conter o avanço dos preços”, afirma Mário Pegorer, diretor da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).

“Os preços que estão sendo praticados na origem, ou seja, na compra do arroz em casca, ainda não chegaram no consumidor final. Então o preço que nós estamos vendo hoje na gôndola ainda vai sofrer alguns reajustes. Nós vamos ver preços ao redor de R$ 35, R$ 45 o pacote”, informou.

O aumento de preços é explicado por alguns fatores, como o crescimento do consumo interno devido à pandemia de Covid-19, o benefício do Auxílio Emergencial, a valorização do dólar em relação ao real, a redução da disponibilidade do grão que abastecia o território nacional e a queda na produção da Ásia, que elevou a cotação do arroz no mercado internacional.