quinta-feira, 28 de março de 2024

Brasil

Espancamento de negro em mercado de Porto Alegre provoca protestos pelo Brasil

POR | 21/11/2020
Espancamento de negro em mercado de Porto Alegre provoca protestos pelo Brasil

Imagem: El País/Reuters

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Ontem, sexta feira (20/11), era para ter sido um dia pela reflexão e combate ao racismo, como em muitas datas acontecem ao longo do calendário anual, mas infelizmente sabemos que esta data em 2020 será um marca na vida das pessoas negras.

 

Isso porque no Dia da Consciência Negra veio à público o caso acontecido na noite anterior em Porto Alegre (RS) em que um homem negro morreu ao ser espancado por dois seguranças em um Hipermercado. João Alberto Silveira Freitas de 40 anos, segundo a polícia, fazia compras com a esposa quando teria feito um gesto para uma funcionária do mercado, o que a fez chamar a segurança do local. Na sequência, dois seguranças o acompanharam até o estacionamento da unidade. De acordo com a polícia, ele teria dado um soco em um dos seguranças, quando começaram as agressões. A vítima foi agredida por cerca de 5 minutos pelos dois homens. A unidade de local Samu foi acionada, mas ele morreu no local. Os dois homens, o policial militar Giovane Gaspar da Silva, de 24 anos, e o segurança Magno Braz Borges, de 30, foram presos em flagrante e devem responder por homicídio triplamente qualificado.

 

 

O fato diante do momento e todos os acontecimentos que marcaram a violência gratuita contra as pessoas consideradas da raça negra desencandearam protestos, manifestações, invasões e quebradeira em vários lugares do país, principalmente nas unidades do Hipermercado onde aconteceu o crime. Veja uma parcial de montagem de vídeos publicado pelo site UOL:

 

 

 

 

A mulher de João, Milena Borges Alves, de 43 anos, disse que tentou ajudar o marido que chegou a pedir o mesmo a ela no momento em que sofria as agressões. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã de ontem.

 

 

"Eu estava pagando no caixa, daí ele desceu na minha frente. Quando eu cheguei lá embaixo, ele já estava imobilizado. Ele pediu: ‘Milena, me ajuda’. Quando eu fui, os seguranças me empurraram", afirmou ela.

 

 

Segundo a Polícia Federal para atuar na área de segurança é necessário ter registro e estar no banco de dados, o que não acontece com os dois seguranças que foram presos em flagrante ontem. O policial militar Giovane Gaspar da Silva, de 24 anos, não tinha nem o registro para atuar como segurança. Além disso, de acordo com o coronel Rodrigo Mohr Picon, comandante-geral da Brigada Militar, Giovane "não poderia tirar registro de segurança". "Por lei, é vedado o exercício de qualquer outra atividade remunerada", afirmou ao G1 o comandante. Além do PM, o outro detido é o segurança Magno Braz Borges, de 30 anos. Ele tem a carteira nacional do vigilante, mas não consta no banco de dados com vínculo à empresa que prestava serviço ao supermercado e terá o registro suspenso, de acordo com a PF.

 

 

Os advogados de defesas dos acusados emitiram notas sobre o fato. O advogado que defende Magnos William Vacari Freitas, disse ao G1: "Vamos aguardar o resultado das perícias e das demais investigações". Já o advogado que cuida de Giovane, David Leal, afirma que seu cliente relatou que João Alberto "estava alterado" e "deu um encontrão em uma senhora" no supermercado. Segundo o relato do PM, João Alberto desferiu um soco contra Giovane. O advogado afirmou ainda que o policial reconhece que houve excesso. "Ele chegou em algum momento a me relatar que pode ter havido um excesso", diz David Leal. Em depoimento, Magno e Giovane permaneceram em silêncio.

 
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