quarta-feira, 28 de maio de 2025
Precaução ou preconceito? Mulheres receberam menos de 30% do valor liberado para o setor no primeiro trimestre de 2024
Foto: Reprodução
O protagonismo feminino no mundo dos negócios vem crescendo e se consolidando no país. Dados do Sebrae apontam que em 2024 as mulheres representavam 46,8% dos empreendedores iniciais, um número que voltou a crescer depois de alguns anos de retração provocada pela pandemia.
Hoje temos mais de 10 milhões de mulheres à frente de empresas no país, demonstrando competência, capacidade de liderança, criatividade, resiliência e, apesar dessa frente de empreendedoras movimentar boa parte da nossa economia, a grande maioria não tem acesso ao credito bancário, o que é fundamental para que elas possam expandir e tornar seus negócios mais competitivos.
Mesmo comprovando o sucesso dos seus empreendimentos e responsabilidade financeira, nossas empreendedoras ainda enfrentam muitas barreiras para conseguir financiamentos. Só para se ter ideia dessa dificuldade, no primeiro trimestre de 2024, elas responderam por 40% das operações de crédito concedidas, mas receberam apenas 29,4% do valor total o que correspondeu a cerca de R$ 32 bilhões dos R$ 109 bilhões liberados para o setor.
Ainda, segundo o Sebrae, no ano passado apenas 6% das mulheres conseguiram apoio de instituições financeiras para abrir seus negócios e o restante iniciou com recursos próprios.
E esse cenário fica pior quando analisamos os custos, pois as empresárias ainda pagam taxas de juros mais altas, uma média anual de 40,6%, contra 36,8% para empresas lideradas por homens. E isso ainda acontece mesmo com níveis semelhantes de inadimplência.
Além das limitações financeiras, as empreendedoras também enfrentam desafios como a falta bens em seus nomes para apresentarem como caução; com histórico de crédito limitado; por trabalharem na informalidade e acumularem muitas responsabilidades familiares que acabam interferindo na gestão das suas empresas.
Para auxiliar essas mulheres existem iniciativas como o Programa Acredita Delas, que oferece 100% de aval para operações de crédito, além de capacitação e apoio técnico, e cooperativas que desenvolveram linhas exclusivas para mulheres com programas de educação financeira, mentorias e taxas diferenciadas.
Só no ano passado, uma das cooperativas liberou mais de R$ 14 bilhões para negócios femininos, e apesar dessa prova de que é possível começar a mudar essa realidade, ainda falta muito para criarmos um ambiente mais justo para o crescimento dos negócios liderados por mulheres.
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