quinta-feira, 21 de novembro de 2024
A grande pergunta que não quer calar: Como ficará a economia em nosso país depois da pandemia mundial da Covid-19?
Redação Jornal Somos
A grande pergunta que não quer calar: Como ficará a economia em nosso país depois desse verdadeiro tsunami chamado pandemia mundial da Covid-19?
A primeira colocação que faço é a seguinte: o crescimento econômico vai depender quase que exclusivamente da aceleração da vacinação no país por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI). Qualquer outro tema ou discussão a respeito pode ser mera especulação.
Devemos levar em consideração que, mesmo com flexibilizações, comércios e serviços retomando atividades quase que normais, ainda corremos riscos de novas restrições e isolamentos se a meta de vacinação de pelo menos 70% a 80% da população não for cumprida.
Quase a se completar primeiro semestre desse ano de 2021, percebemos uma tímida recuperação em nossa economia. Apesar dos números de emprego do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) se mostrarem positivos, a taxa de desemprego no país ainda é altíssima: 14,7% no primeiro trimestre de 2021, recorde da série histórica iniciada em 2012. Falando agora da indústria, embora mostre resultados positivos em relação a fevereiro de 2020, ela ainda não conseguiu recuperar perdas nem estoques, as expectativas são de um crescimento pequeno, mas estável em 2021.
O Produto Interno Bruto (PIB), mostra com crescimento mesmo tímido, que a atividade econômica retoma uma trajetória de elevação que não chega a causar euforia, mas esperança, talvez.
Mas realmente o enfoque que deve ser dado, a meu ver, é o da situação econômica dos brasileiros de média e baixa renda. Será que essa fatia da população está realmente sentindo a tal da recuperação econômica tão esperada? Eu receio que infelizmente ainda não. No início da pandemia, o mundo todo foi afetado economicamente, as políticas públicas de apoio à população, que inevitavelmente teve que se isolar para conter o avanço do vírus,foram essenciais para países que realmente adotaram o lockdown. Já no Brasil, esse apoio foi tardio, o auxílio emergencial demorou a chegar, discussões políticas, ministério da economia e governo federal não chegavam a um acordo sobre o valor ideal a ser pago. Tudo isso fez com que uma boa parcela da população mais desassistida sofresse perdas de renda e emprego, até hoje irreparáveis.
Com o pagamento do auxílio emergencial em 2020 no valor médio de 600,00 reais e o retorno desse benefício em abril de 2021, mesmo que, com um valor substancialmente menor é claro deram um fôlego às famílias de baixa renda que não eram cadastradas em nenhum outro tipo de benefício governamental. Houve um aquecimento na economia, especialmente no comércio de bens de consumo básico. Lamentavelmente, este aquecimento veio a gerar inflação, as taxas cambiais altíssimas fizeram com que os produtores desse tipo de bens (arroz, óleo de soja, carnes, leite) preferissem exportar sua produção, e o aumento de consumo aliado à falta de alguns gêneros fez com que os preços disparassem.
Resumindo, enquanto o dólar se mantiver alto, a taxa de inflação maior do que a esperada, e as medidas de controle à pandemia, em especial a aceleração da campanha de vacinação e um melhor rastreamentode contatos de pessoas infectadas (via testagem em massa) não forem implementadas com urgência, devemos esperar uma recuperação sim, porem lenta e gradual, contida e sem grandes surpresas.
Esperemos que essa recuperação não se mostre vantajosa apenas à grandes empresas, grandes grupos financeiros e à uma pequena parcela da população, mas sim, seja uma recuperação verdadeira, consistente e justa para a grande maioria dos brasileiros afetados duramente pelas perdas causadas pela pandemia.
Lu Soares,
Economista e Comunicadora
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.